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Taumatrópios em Leiria. A magia dos brinquedos que enganam a mente

7 jun 2023 14:02

Uma nova exposição – Brinquedos Ópticos. Entre Ciência, Arte e Educação – reúne na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais de Leiria dispositivos que há muito atraem a curiosidade do ser humano pela capacidade de iludir a percepção a partir da imagem

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Exemplares desenvolvidos por alunos de mestrado no Politécnico de Leiria
Maria Kowalski

O termo taumatrópio significa “prodígio que gira” e designa um dispositivo que, quando accionado, faz aparecer uma terceira imagem de fusão visual, em que o todo é mais do que a soma das partes, explica a curadora Filipa Rodrigues.

Na exposição são apresentados exemplares originais analógicos cuja manipulação é acompanhada por uma história, poema, adágios ou versos de uma canção, além de uma lanterna mágica datada de 1920.

Brinquedos Ópticos. Entre Ciência, Arte e Educação reúne dispositivos criados por estudantes de mestrado na unidade curricular Complementos de Expressões Artísticas.

Inaugurada hoje, pode ser vista até 15 de Setembro de 2023 no primeiro andar da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria (Campus 1, Rua General Norton de Matos).

Filipa Rodrigues – do Centro de Estudos em Educação e Inovação (CI&DEI) do Politécnico de Leiria e do Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes (CIEBA) da Faculdade de Belas Artes de Lisboa – escreve no texto de apresentação da exposição que os brinquedos ópticos são também conhecidos como brinquedos filosóficos – designação com origem no século XIX – e lembra que é provável que as primeiras ligações do ser humano às “visões mágicas” remontem à pré-história.

Os brinquedos ópticos “formam um grupo de dispositivos com valor lúdico, educativo e de entretenimento, combinado com carácter científico, ligado à neurociência e psicologia da perceção”, assinala a curadora.

No século XVI alguns dispositivos ópticos experimentais no período pré-cinema já faziam parte dos gabinetes de curiosidades nas cortes reais. Entre o século XVII e XIX cientistas alemães, franceses e ingleses viriam a desenvolver inúmeras variantes com grande recetividade junto do público, quer infantil, quer adulto, usados nos contextos familiar e social das famílias, mas também em contexto de religioso ligado à evangelização (nas missões), contexto escolar e mais tarde em espaços de diversão como feiras ou eventos sociais. Hoje a magia da óptica persiste, acompanhada pela evolução da tecnologia digital nos campos da ciência, arte e design e indústria da computação e do entretenimento”, salienta.