Economia

Suinicultores assinam roteiro rumo à sustentabilidade ambiental do sector

18 mai 2021 18:50

Documento estratégico envolve comunidade científica

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A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS), o Instituto Superior de Agronomia, a Universidade de Évora e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro assinaram hoje o Roteiro para a Sustentabilidade Ambiental das explorações suinícolas. Este é um documento estratégico para a Suinicultura no Horizonte 2030.

Numa nota de imprensa, a FPAS informa que este documento “vai no sentido de um desenvolvimento sustentável do sector primário, convergentes com os princípios da economia circular”.

O projeto vai ter a coordenação geral a cargo da FPAS, com vista ao desenvolvimento de actividades de cooperação através da congregação das competências existentes entre as várias entidades nas áreas identificadas nos planos de acção estabelecidos no âmbito do protocolo de parceria.

Assessoria técnica, estabelecimento de redes no estudo sobre as práticas ambientais em suinicultura, identificando medidas de adaptação, participação em projectos de investigação científica ou participação em projectos em fase experimental são algumas das áreas a serem desenvolvidas.

Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, que marcou presença no evento, salientou, citada na nota de imprensa, que é preciso “ser capaz de impulsionar a transição para uma economia limpa e circular, para o uso eficiente dos recursos, para recuperar e promover a biodiversidade, para podermos diminuir a poluição, para haver um maior aproveitamento do potencial associado à biomassa e aos biocombustíveis”.

“Estamos todos convocados para podermos construir um sistema alimentar que seja mais saudável e mais sustentável, que dê uma resposta àquilo que são os efeitos das alterações climáticas, na protecção do ambiente e na preservação da biodiversidade e que proporcione um rendimento mais justo ao produtor mas também que o preço final ao consumidor seja um preço equilibrado e capaz de ser pago por quem o tem de fazer, numa relação de transparência e de confiança que é também fundamental”, acrescentou a governante.

Já David Neves, presidente da FPAS, considerou que este roteiro pretende “desenvolver um guia de acções preconizadas pelos empresários suinícolas nas suas explorações que visem a redução das emissões de CO2 em 55%, tendo por base os valores de 1990 no horizonte 2030, bem como a reciclagem e valorização de nutrientes produzidos pela actividade, substituindo o recurso a fertilizantes de síntese em mais de 50%”.

David Neves lembrou ainda que a FPAS estás a “implementar outros projectos, como o Centro Tecnológico para a Suinicultura, que será uma infraestrutura fundamental no processo de validação deste roteiro, assim como na formação e reciclagem de recursos humanos e na promoção da atividade.

“Estamos também no seio da Organização Interprofissional FILPORC a desenvolver uma certificação em bem-estar animal, que vem oferecer aos consumidores nacionais e aos mercados externos a garantia da confiança nos processos de produção da fileira da carne suína, colocando a suinicultura portuguesa na linha da frente a nível mundial na ética de trabalho com os animais, promovendo o seu bem-estar e a sua saúde e, consequentemente, a qualidade da carne”, rematou.