Viver

"Sou quase obsessivo na auto-disciplina para contrariar o que tenho de caótico"

9 abr 2016 00:00

Recolhemos a Impressão Digital do presidente do Órfeão de Leiria, Acácio de Sousa, numa conversa acerca de História, arquivos e música.

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Quantas associações fundou e a quais está ligado, na actualidade, enquanto membro dos órgãos sociais?
Estive entre os sócios fundadores de algumas. Em Leiria, destaco a ADLEI, onde ainda estou nos órgãos sociais, como estou noutras. É o caso do Orfeão.
 
Demorou alguns minutos ou tem a resposta na ponta da língua?
Não preciso de cábula, mas teria que pensar o alinhamento se as quisesse dizer todas.
 
Ser Rotary é não ser Lion e vice-versa?
Nada disso. São duas instituições da mesma família filantrópica e de companheirismo.
 
Há raízes familiares neste envolvimento com as instituições da cidade e da região?
Raízes fraternas pela amizade e no empenho em algumas causas.
 
Como historiador, encontra explicação para o espírito de iniciativa de Leiria, ao nível individual e associativo?
Leiria sempre foi uma terra de cruzamento de gentes e isto forja a afirmação e a conquista de espaço e de bem-estar muito ligados ao empreendedorismo. Leiria é uma pequena terra cosmopolita.
 
Após 16 anos a coordenar o Arquivo Distrital de Leiria, em casa é do tipo arrumadinho ou desorganizado?
Sou quase obsessivo na auto-disciplina de organização dos meus afazeres para contrariar o que tenho de caótico na arrumação das minhas coisas.
 
Também passou pelo Arquivo de Macau. Consegue citar algum ditado oriental sem recurso a auxiliares de memória?
Um bom acordo é aquele em que nenhuma das partes perde a face.
 
Tem saudades dos tempos de professor?
Ser professor é aceitar um desafio permanente, o que é extraordinariamente estimulante, mas não paro nas saudades.
 
E dos tempos de estudante universitário, a caminho da licenciatura em História?
Tive uma vida estudantil um pouco heterodoxa. Acabei a licenciatura em Coimbra e a trabalhar em Lisboa! Hoje, lembro-me das coisas com piada e digo “bons tempos”, mas ainda não quero ter saudades de mim.
 
Um roteiro para a sua Coimbra.
Almedina, Quebra Costas, Praça da República, mas porque já trabalhava, a alma coimbrã toquei-a levemente quando ficava por lá depois de uma frequência ou de um exame. Aí sim.
 
Conhecer o passado para entender o presente e construir o futuro. Há melhor definição do que esta?
Pode ser, mas é pouco. Sobretudo, é preciso não levar os historiadores à letra! Nem os outros!
 
Entretanto, doutorou-se com uma tese sobre as elites políticas de Leiria, que termina no ano 2000. Vê protagonistas para um segundo volume?
Claro. Existirão sempre. E muitas vezes as mecânicas apenas mudam de mecânicos, sabendo que os há bons e outros nem tanto.
 
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