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São Pedro de Moel. Poesia e concertos, yoga e meditação, insufláveis e jogos tradicionais

17 ago 2023 11:00

Festival Afonso Lopes Vieira com concertos, exposições, teatro, visitas encenadas, contos, tertúlias, workshops e sessões de terapia e bem-estar, entre outras actividades, até ao próximo domingo

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Programa a decorrer desde terça-feira entre a praia e o pinhal
Jornal de Leiria/Arquivo

Como era a paisagem de São Pedro de Moel no tempo de Afonso Lopes Vieira? A resposta encontra-se nas imagens captadas pelo poeta e escritor natural de Leiria, provavelmente, um dos poucos, em Portugal, a comprar máquina fotográfica por volta de 1919.

“Tornou-se um amador fotográfico e, nesse sentido, um pioneiro da fotografia”, comenta João Correia, que cedeu as imagens para a exposição actualmente instalada no miradouro junto do restaurante Estrela do Mar.

“Fotografias que ele realizou em São Pedro de Moel, a partir da casa dele, porque, na varanda, ele tinha pontos de vista sobre a praia; fotografou muitos fins-de-tarde”, explica o arquitecto, filho do escultor Joaquim Correia.

Depois de um interregno de três anos, o Festival Afonso Lopes Vieira regressa em 2023 a São Pedro de Moel, com um programa mais extenso, que se espraia desde 15 de Agosto e até domingo, dia 20, em diferentes ruas, jardins e edifícios, com dezenas de actividades.

Além de concertos de Baleia Baleia Baleia, Mariana Camacho e Aníbal Zola, o cartaz inaugurado anteontem inclui exposições, teatro, marionetas, visitas encenadas, contos, dança e tertúlias.

Grande parte da oferta é constituída por workshops, sessões de terapia e práticas de bem-estar, como yoga e meditação, entre outras.

Até domingo, decorre a Feira do Livro Infantil e a Feira de Artesãos, e, em vários dias, há animação para os mais novos com insufláveis e pinturas faciais, jogos tradicionais e carrinhos de passeio lúdico.

Este ano, a Câmara Municipal da Marinha Grande assume a organização do festival com o apoio da associação Protur - Associação para a Promoção do Turismo de São Pedro de Moel e o envolvimento da APPACDM - Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental da Marinha Grande, da EPAMG - Escola Profissional e Artística da Marinha Grande e da Junta de Freguesia da Marinha Grande. O resultado, segundo a vereadora com o pelouro da Cultura, Ana Alves Monteiro, é um conjunto “mais enriquecido” de acções que procuram “trabalhar as questões literárias associadas a várias dinâmicas”.

Durante seis dias, a vida e obra do escritor e poeta que amou o pinhal e o mar vão inspirar actividades de lazer, bem-estar e cultura, com propostas para todas as idades, gratuitas, em que a poesia é um dos principais ingredientes.

Está anunciada uma caça ao poema, um passeio pedestre poético e instalações poéticas nas ruas, uma exposição de painéis com o título Animais Nossos Amigos, com poemas de Afonso Lopes Vieira e ilustrações de Raúl Lino, e a iniciativa “Poesia nas tamargueiras” guiada por Cristina Nobre.

Encostada à praia, a Casa-Museu Afonso Lopes Vieira, onde o poeta viveu e trabalhou, reabre para o primeiro Verão após obras de reabilitação e vai receber visitas encenadas e também um espectáculo de poesia e música protagonizado pelo projecto Casa-Nau.

A revista Acanto, o Teatro à Solta, o Tempus Teatro Oficina e a companhia S.A. Marionetas são algumas das estruturas que participam na edição deste ano do Festival Afonso Lopes Vieira.

Logo na terça-feira, 15 de Agosto, abriu no posto de turismo a exposição Con-Frontos, de Abílio Febra, e, nos últimos dois dias, na Rua Dr. Nicolau Bettencourt, foi executado um mural, da autoria de João Pedro Coutinho, inspirado na obra Animais Nossos Amigos.

O jardim do Bambi acolhe duas tertúlias: “São Pedro de Moel e o estado das artes” no dia 18 e “Pensando o futuro (abrir gavetas)” no dia 19.

O programa, construído com diversos contributos, explora a ligação ao território e o contacto com a Natureza, por exemplo, através de um passeio interpretativo da flora local e das diversas sugestões vocacionadas para usufruir em família.

O festival “tem potencial para ser desenvolvido e alargado a um maior número de pessoas”, acredita Ana Alves Monteiro, para quem “o crescimento passa sobretudo por desenvolver um projecto cultural na comunidade” de modo a que muito mais pessoas possam participar, no palco e na plateia.