Sociedade

PSD acusa presidente da Câmara de Leiria de “eleitoralismo” na abertura do novo Ano Municipal

14 jan 2020 09:04

Assistiu-se “a um verdadeiro acto de eleitoralismo e a uma afronta ao que é ético na política”.

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Gonçalo Lopes apresentou, na sexta-feira, ideias para projectar Leiria para a próxima década
Ricardo Graça

 Os vereadores do PSD acusam o presidente da Câmara de Leiria de utilizar “dinheiros públicos” para um “acto de eleitoralismo”, o que consideram que foi a apresentação de Gonçalo Lopes das ideias para a próxima década.

Numa nota de imprensa assinada por Ana Silveira, Álvaro Madureira e Fernando Costa, os vereadores adiantam que “a propósito da Abertura do Novo Ano Municipal”, que decorreu na sexta-feira, no Teatro Miguel Franco, assistiu-se “a um verdadeiro acto de eleitoralismo e a uma afronta ao que é ético na política”.

“O que assistimos foi a um comício partidário do PS promovido pela Câmara Municipal de Leiria à custa de dinheiros públicos.”

Segundo os sociais-democratas, verificou-se que “em quase três mandatos se reduziu dívida do município à custa da não execução de investimento, do adiar sucessivo de obras prioritárias para os leirienses e da sobrecarga no valor do IMI e das taxas municipais incluindo a da água e saneamento (que se podem comprovar pelos sucessivos lucros anuais acima de 40 milhões de euros)”.

“A constituição de um grupo de trabalho para o desenvolvimento estratégico do concelho a médio e longo prazo, cujo líder se desconhece, é da competência da Assembleia Municipal e com o envolvimento de todos os partidos políticos que nela têm assento. Não é para o boy partidário [veja-se a recente nomeação para adjunto do vereador Ricardo Santos, o candidato à presidência da Câmara Municipal de Porto de Mós pelo PS, Rui Marto, e actual vereador daquele município]”, acrescentam. O PSD constata que “está na gaveta do PS, perdão Câmara Municipal, a execução de obras como a reabilitação da Heróis de Angola (anunciadas desde 2009, já lá vai 11 anos…), construção de parques de estacionamento, a despoluição do Rio Lis e nem o polémico Pavilhão Multiusos escapa”.

“Este adiamento irá, muito provavelmente, custar muito ao Município uma vez que no caso da reabilitação da Av. Heróis de Angola é uma obra orçada em cerca de oito milhões de euros, financiada a 85% por fundos comunitários pelo PEDU e está em risco de perder o financiamento comunitário”, refere ainda a nota.

Ana Silveira, Álvaro Madureira e Fernando Costa consideram um “flop”, a introdução de veículos eléctricos nos transportes públicos, “uma vez que em Dezembro último a Câmara adjudicou à Rodoviária Tejo, por ajuste directo, a prestação do serviço Mobilis e sem a melhoria do serviço prestado por um período de dois anos (não há alteração de linhas, horários, a mudança para carros eléctricos fica ao critério e vontade da Rodoviária Tejo)”.

“Medidas avulsas, como corredores bus e aumento de ciclovias, revelam o desnorte do que é necessário para uma verdadeira reestruturação da política de Mobilidade que Leiria merece (não nos podemos esquecer que a aprovação do Plano de Mobilidade não está no horizonte).”

Para os vereadores, existe ainda uma “inércia do Município para implementar parques industriais nas freguesias, em solo urbanizável, que face ao PDM aprovado em 2015, se os mesmos não forem objecto de intervenção até Junho deste ano correm o risco de desaparecer”.

Considerando que existe um “um divórcio do que estava no programa eleitoral do anterior presidente Raul Castro”, os autarcas reconhecem, contudo, que as prioridades apresentadas em matéria de saúde, reabilitação urbana e educação “são pertinentes já que são dos pontos mais graves do concelho, por inércia da Câmara, e que há muito temos vindo a reclamar a atenção do município para estas matérias”.