Sociedade

Pedrógão Grande: Valdemar Alves e Bruno Gomes condenados a penas de prisão efectiva no processo da reconstrução das casas

31 jan 2022 11:43

Notícia em actualização

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Valdemar Alves, antigo presidente da Câmara de Pedrógão Grande
Ricardo Graça/Arquivo

Na leitura do acórdão do processo sobre as irregularidades na reconstrução de casas em Pedrógão Grande após os incêndios de Junho de 2017, o antigo presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves (PS), e o ex-vereador do mesmo município, Bruno Alves, foram condenados hoje, no Palácio da Justiça de Leiria.

Os arguidos estavam pronunciados por 20 crimes de prevaricação de titular de cargo político, 20 crimes de falsificação de documento e 20 crimes de burla qualificada, cinco dos quais na forma tentada, os mesmos do despacho de acusação.

Valdemar Alves foi sentenciado a sete anos de prisão efectiva e Bruno Alves a 6 anos, ambos por cúmulo jurídico.

O julgamento começou em 26 de Outubro de 2020 e teve 26 sessões, segundo informação do Tribunal Judicial de Leiria.

Em 19 de Julho de 2018, a revista Visão noticiou que meio milhão de euros de donativos destinados à reconstrução de casas de primeira habitação terão sido desviados para casas não prioritárias, isto é, de segunda habitação.

Nesse dia, o Ministério Público (MP) anunciou a abertura de um inquérito.

A 1 de Julho de 2019, a Polícia Judiciária divulgou que finalizou a investigação, com 44 arguidos, tendo proposto acusação.

Quatro dias depois, o MP anunciou que deduziu acusação contra 28 arguidos. No despacho, foi ainda determinado o arquivamento ou separação de processos quanto aos restantes 16 arguidos.

Três arguidos – Valdemar Alves, Bruno Gomes e o construtor civil João Paiva – pediram abertura de instrução e, em 6 de Março de 2020, uma juíza de instrução criminal decidiu levá-los a julgamento, “atenta a acusação deduzida pelo MP, também por referência a arguidos que não requereram a instrução”.

O incêndio que deflagrou em 17 de Junho de 2017 em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, e que alastrou a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, e destruiu meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.