Viver

Palavra de Honra | A ideia era que todos saíssemos desta quarentena melhores pessoas, não era?

19 jul 2020 12:10

Roberta Frontini, Psicóloga clínica e investigadora em saúde

palavra-de-honra-or-a-ideia-era-que-todos-saissemos-desta-quarentena-melhores-pessoas-nao-era

- Já não há paciência... para aquelas pessoas que acham que o aquecimento global é uma invenção.  

- Detesto... a mentira! A omissão, a mentira piedosa… A transparência e a verdade são sempre a melhor solução, custe ela o que custar.

- A ideia... era que todos saíssemos desta quarentena melhores pessoas, não era? Mais amigos do ambiente, menos consumistas, melhores pessoas, mais generosas… Era essa a ideia… mas ficou-se por aí.

- Questiono-me se...  alguma vez vou conseguir ler todos os livros que tenho (e os que quero e ainda não comprei).

- Adoro... ler. E acumular livros. E cheirar livros. E conhecer escritores e falar com eles sobre livros. E visitar livrarias e comprar livros, mas cheirá-los antes, ainda ali, na livraria.

- Lembro-me tantas vezes... daquelas pequeninas coisas que fazia antes da pandemia, que achei que eram certas e que agora não posso fazer. Não lhes dei valor.

- Desejo secretamente... que as pessoas sejam mais empáticas umas com as outras. Conseguirmo-nos colocar no lugar do outro é fundamental. Se todos tivéssemos essa capacidade, o mundo seria um lugar melhor.

- Tenho saudades... de dar aulas!

- O medo que tive… de ter uma branca no dia da minha defesa de doutoramento dissipou-se assim que entrei na Sala dos Capelos em Coimbra. Tive medo de ficar confusa com a quantidade de turistas a passar. Tive medo de me distrair com eles, de me esquecer de falar inglês e de não conseguir fazer a minha apresentação ou de não saber responder às perguntas que me eram colocadas. Desde esse dia,
deixei de ter medo de falar em público.

- Sinto vergonha alheia... de cada vez que olho para o chão. A quantidade de porcaria que as pessoas deixam é inacreditável.

- O futuro... pode ser assustador. Mas vamos viver no presente, no aqui e no agora, com um olhar para o futuro, mas sem “viver” ainda nele.

- Se eu encontrar... alguém conhecido na rua posso ter a tentação de fingir que não o vi… (e às vezes não vejo mesmo!). É o que dá ser muito tímida…

- Prometo... estudar mais bateria. Prometo isso no final de cada aula, mas depois dá-me a preguiça. Agora entendo os meus alunos…

- Tenho orgulho... de nunca ter “pisado” em ninguém para fazer o meu caminho. De me ter sempre esforçado para atingir os meus objetivos sem pedir favores nem ajudas.