Viver

O senhor Redol da Tijomel: o empresário e o benemérito

26 nov 2015 00:00

Com a ajuda de três jovens do concelho, recordamos o fundador da Tijomel, uma antiga fábrica de cerâmica que fechou portas há 30 anos, mas que deixou marcas em Ourém

Luís Freire, Mélanie Rordrigues e Rúben Pereira, responsáveis pela investigação, pousam ao lado da fotografia do fundador da Tijomel (Foto: Maria Anabela Silva)
Maria Anabela Silva

Numa época em que a expressão “responsabilidade social” era completamente desconhecida, Júlio Redol - primo e amigo desse outro Redol, o Alves, que ficou conhecido pela sua arte de escrita – já a praticava. Estávamos no pós-II Guerra Mundial.

Ao mesmo tempo que corria a Europa à procura de inovação para incorporar na Tijomel - fábrica de cerâmica que ergueu junto estação decaminhos- de-ferro de Caxarais, considerada um dos expoentes máximos do património industrial de Ourém -, Júlio Redol criava cantina, balneários, sala de aulas e biblioteca para os trabalhadores e organizava colónias de férias para os filhos dos colaboradores.

No recinto da fábrica, havia também sessões semanais de cinema, onde passavam, sobretudo, filmes de cariz cultural e documentários, barbeiro e dormitório para os motoristas e, em determinado momento, uma cooperativa.

As memórias do homem, do empresário e do bene-mérito são agora recuperadas, pela iniciativa de Mélanie Rodrigues, Luís Freire e Rúben Pereira, três jovens do concelho que, há cerca de um ano, começaram a pesquisa sobre a história da Tijomel e do seu fundador.

Desse trabalho, já resultou um documentário, distinguido na edição deste ano do Cinantrop – Festival Internacional de Cinema Etnográfico, com o Grande Prémio Regional António Campos. Seguiu-se a exposição Ao Redol da Tijomel, que está patente no Museu Municipal de Ourém.

Com a ajuda dos três jovens, fazemos uma viagem ao passado, revisitando a Tijomel, que nas primeiras décadas da segunda metade do século XX chegou a ser considerada uma das mais inovadoras fábricas do sector da Península Ibérica, tendo-se destacado na área da cerâmica artística, através da produção das designadas pastilhas deste material - pequenos quadrados ou rectângulos de azulejo - usadas por artistas como Júlio Resende ou o mestre Martins Correia (escultor) em muitos dos seus trabalhos.

A beleza das combinações daqueles pequenos azulejos pode ser admirada em inúmeros edifícios de Norte a Sul do País.

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