Sociedade

Novo programa da PSP garante segurança aos alunos do Politécnico de Leiria

19 jun 2025 08:30

Comandante da PSP revelou, no 151.º aniversário do comando, que em 2010 Leiria tinha mais 100 polícias do que em 2025

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Domingos Urbano Antunes pediu mais polícias para o Comando
Ricardo Graça

Com o objectivo de aumentar a segurança dos alunos, professores e demais comunidade a PSP, o Comando de Leiria e o Politécnico de Leiria assinaram, na terça-feira, o primeiro protocolo nacional para avançar com o programa Universidade Segura.

“Temos uma população académica que ronda já os 15 mil alunos e cerca de 1.400 professores. Se dúvidas houvesse sobre a oportunidade desta extensão da Escola Segura ao ensino superior, a realidade veio a demonstrar a necessidade urgente deste alargamento”, afirmou o comandante Domingos Urbano Antunes, no dia em que se assinalaram os 151 anos do Comando Distrital da PSP de Leiria.

Considerando que este é um protocolo inovador, o responsável afirmou que “as universidades hoje, cada vez mais, são polos de grandes problemas de segurança”, apontando que em Leiria, se têm verificado alguns problemas, nomeadamente assédio a alunas, mas também agressões e bullying.

“Foi nesse pressuposto que a PSP avançou com o protocolo, mas também para dar uma cultura de segurança”, destacou, ao referir que no próximo ano lectivo pretende avançar com acções de formação direccionadas a alunos e professores. As patrulhas policiais junto do ensino superior vão avançar, em articulação com as outras escolas.

O director nacional da PSP, Luís Miguel Carrilho, considerou que o  "protocolo permitirá a implementação de ações de sensibilização, patrulhamento preventivo e articulação técnica, com vista a uma resposta mais eficaz às necessidades dos estudantes, do centro e da comunidade”, explicou.

Luís Miguel Carrilho acrescentou que este “modelo de policiamento especializado, centrado no ensino superior, é uma resposta moderna e preventiva”.

O comandante alertou ainda para o “envelhecimento e falta de recursos humanos”, o que leva à acumulação de funções. “Em 2010 possuíamos mais 100 polícias do que em 2025, sendo certo que hoje as exigências operacionais são incomparáveis às da década passada e o quadro de competências mais alargado”, o que torna “difícil garantir a mesma qualidade do serviço policial”.

“Este deficit de recursos humanos obriga o comando a emitir com frequência despachos de excepção para garantir os policiamentos de maior dimensão (...) inibindo o legítimo gozo de folgas e créditos horários”, constatou, lamentando que "o que deveria ser uma excepção, tornou-se uma regra".

Esta medida provoca o “inevitável cansaço nestes profissionais", que associado à média de idade de 50 anos contribui para o notório desgaste”.

Domingos Urbano Antunes solicitou ainda ao director nacional da PSP para que sejam distribuídas armas eléctricas (taser), “por serem essenciais para a autoproteção dos polícias e também para a salvaguarda da integridade física dos visados”.

“É, sem dúvida, um meio de baixa letalidade que garante a actuação e proporcionalidade da acção policial. Uma polícia democrática que respeita os direitos humanos não pode prescindir deste tipo de equipamento”, constatou.

O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, apelou para que “seja reforçada a capacidade operacional da PSP — quer ao nível dos meios humanos, quer dos recursos técnicos e logísticos”.

“Reconhecemos que a segurança e eficiência não dependem apenas de veículos e equipamentos, mas também — e sobretudo — de pessoas".