Sociedade

Mulher Século XXI "assustada" com números de denúncias de violência doméstica

11 fev 2020 17:30

Associação tem alertado jovens para a violência no namoro.

mulher-seculo-xxi-assustada-com-numeros-de-denuncias-de-violencia-domestica
À Mulher Século XXI chegam "apenas chegam histórias de (des)amor)"
Bruno Gaspar

Amor Que É Amor Não Dói. O alerta é deixado pela associação Mulher Século XXI no âmbito do Dia de São Valentim, que se comemora esta sexta-feira.

A associação, que apoia vítimas de violência, afirma não comemorar o dia dos namorados, porque aos seus serviços "apenas chegam histórias de (des)amor)", mas aproveita a efeméride para assinalar a "importância do amor verdadeiro, aquele que não magoa".

Segundo a Mulher Século XXI, desde dia 1 de Janeiro de 2020 até ao dia 10 de Fevereiro, já foram atendidos no centro 21 casos novos e foram recebidas 14 novas pessoas na resposta de acolhimento de emergência.

"São números que nos assustam dado o pequeno intervalo de tempo a que nos referimos. Todos os dias nos chegam diferentes histórias de desamor, pautadas por variadas violências, múltiplas maldades feitas ao sabor de cada mente. Um dos aspectos iguais em todos os atendimentos são os sinais. Alguns comportamentos, discretos, que já se manifestavam na fase de namoro", alerta uma nota de imprensa da Mulher Século XXI.

Nesse sentido, em Janeiro, a equipa realizou acções de prevenção em oito instituições diferentes, desde escolas, um centro de formação profissional, uma instituição de acolhimento de infância e juventude do sexo feminino, a juntas de freguesia. "Desta forma abrangemos 482 estudantes e 24 professores/as."

"Porque acreditamos que será esta a geração a atingir a igualdade plena, queremos dotar as/os estudantes de ferramentas aptas a capacitar para a identificação dos sinais de abuso durante a fase de namoro, o que fazer e como proceder à denúncia", sublinha a mesma nota.

A Mulher Século XXI alerta que a "grande maioria das mulheres e homens que chegam à instituição "afirmam que no namoro já existia uma grande dose de ciúmes, justificados pelo amor incontrolável, um certo controlo mascarado de uma preocupação imensa, e algumas agressões físicas como apertões ou bofetadas justificadas mais uma vez pelo amor excessivo, certos comentários que magoavam acompanhados de uma profunda falta de respeito pela individualidade e mais uma vez eram desculpados pelo amor imenso".

"Os sinais que evitamos ver são aqueles que, mais tarde, nos irão magoar. Para este São Valentim desejamos muito amor, relembramos que amor não combina com violência, quem ama cuida, mas também respeita e trata por igual. Amor que é amor não dói", remata o comunicado.