Sociedade

Leiria vai ter escultura com 6,5 metros de altura

17 fev 2021 20:03

Chamar-se-á Futuro e representa duas figuras humanas. A escultura é da autoria de Ricardo Romero e será instalada num dos topos do Jardim de Almuinha, em Leiria.

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Maria Anabela Silva

Leiria vai ter uma nova escultura. Terá entre 3,5 metros (elemento mais baixo) e 6,5 metros (elemento mais alto) de altura e ficará instalada num dos topos do Jardim da Almuinha. Da autoria de Ricardo Romero, o conjunto escultórico chamar-se-á Futuro. É constituído por duas figuras humanas – uma criança e uma mulher – e representa a esperança, a recuperação e “a necessidade de avançar par o futuro”.

A maqueta da escultura foi aprovada, por unanimidade, em reunião de Câmara, realizada esta quarta-feira. Na ocasião, o autor referiu que o projecto começou a ser pensado e trabalhado durante a primeira vaga da pandemia.

Segundo explicou o artista, a peça procura passar uma imagem de “diálogo intergeracional”, representado por “uma pessoa mais velha e uma criança, ambas a caminhar de mão dada rumo ao futuro”. Tem também “uma marca do tempo, que vem do passado, vive presente e caminha para o futuro”.

Em complemento, o presidente da Câmara, referiu que a escultura pretende simbolizar também a “recuperação”, “a esperança” e a “necessidade de avançar para o futuro”, mas também “a preocupação ambiental”. 

“O projecto fala do futuro. Gerações mais novas a plantar para colher no futuro, que se espera serem tempos mais prósperos”, acrescentou Ricardo Romero, adiantando que a obra será executada em poliestireno expandido, com uma base em aço.

Sobre os materiais, Álvaro Madureira, vereador do PSD, sugeriu a opção por pedra, eventualmente calcário ou rocha magmática, que, na sua opinião “se enquadrava melhor no jardim”. Mas acabou por ser o procedimento adoptado pela autarquia para a execução da escultura – convite directo ao artista – a merecer o maior reparo da oposição.

Sem pôr em causa o mérito do autor, que considera “competente no que faz”, Álvaro Madureira defendeu que deveria ter sido aberto um concurso de ideias para a execução do trabalho, que, pela sua dimensão, “poderá ter um impacto que não seja o mais agradável”.

“A arte tem de ser diversa”, afirmou o vereador do PSD, que lamentou que em Leiria a arte “esteja a ser politizada pelo senhor presidente”. “Já seleccionou uma pessoa para fazer aquilo que o senhor presidente gosta e nem pergunta à comunidade o que gostava de ver. Está-se a politizar a arte em Leiria com o dinheiro dos contribuinte”, reforço, sublinhando que o trabalho irá custar 30 mil euros (25 mil euros acrescidos de IVA).

“Não tenho dúvidas de que vale muito mais”, retorquiu o presidente da Câmara, alegando que “nenhuma” das peças escultóricas existentes na cidade “foi objecto de concurso de ideias”, mas que foram executadas “por convite” a artistas. “Não sei porque agora havia de ser diferente. A aprovação é feita em reunião de câmara. Pelo que, o processo tem crivo democrático”, sustentou.