Desporto

Jorge Jesus há 40 anos: rápido, elegante, perfeccionista e o treinador que ainda não era

24 jul 2020 16:10

Há quatro décadas, o novo técnico do Benfica jogava numa União de Leiria que se estreava na 1.ª Divisão.

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Neste cromo da altura, Jorge Jesus é o primeiro a contar da esquerda, em cima
DR

Na terça-feira deixou o Rio de Janeiro e regresso a Lisboa para assumir o Benfica e esta sexta-feira completará 66 anos de idade. Há quatro décadas, Jorge Jesus, o homem de quem se fala, era jogador da União de Leiria. Este semanário foi à procura de relatos dos tempos do rapaz que vivia nas margens do Lis. Bom rapaz, sério e, naturalmente, um treinador em potência.

Foi em 1979/80, durante a experiência original da União de Leiria na 1.ª Divisão. Na temporada anterior, mestre Mourinho Félix, pai de José Mourinho, havia colocado o clube no patamar mais alto do futebol português, mas quem orientou a equipa no escalão principal foi Fernando Peres, vindo do Juventude de Évora, da 2.ª Divisão. Do clube alentejano, o técnico levou para o Magalhães Pessoa um jogador “interessante”.

Jorge Jesus viria a regressar 25 anos depois às margens do Lis para treinar a União de Leiria, tendo sido mais feliz do que na experiência dentro das quatro linhas. Em 2005/06, substituiu José Gomes já com a época em andamento e levou a equipa ao sétimo lugar na 1.ª Liga. Do plantel faziam parte Fernando Prass, Costinha, Laranjeiro, Kata, João Paulo, Tixier, Harison, Alhandra, Maciel, Paulo César e Ferreira, entre outros.

Jorge Jesus chegou a Leiria com 26 anos e já sem grandes chances de fazer o percurso com que sonhara. Ainda fez uma carreira boa, mas não com a bitola que aspirava quando saiu da camadas jovens do Sporting, clube pelo qual acabou por não fazer mais do que 12 jogos, ainda bastante jovem.

No entanto, a paixão sempre superou a desilusão e nunca permitiu que a devoção baixasse de nível. Mesmo em clubes de menor nomeada, como a União de Leiria, o Juventude de Évora, o Olhanense ou o Peniche.

“No último jogo que o Jorge fez no Sporting, em 1975/76, entrou a substituir-me”, recorda Fernando Tomé, que viria a reencontrar JJ nas margens do Lis, quatro anos volvidos. Só tem a dizer bem do antigo colega.

“Na União, aquilo que fazia era ser o segundo treinador dentro do campo. Interpretava o que o treinador dizia e levava a toda a equipa”, sublinha o antigo internacional português que jogou duas temporadas com o símbolo do castelo ao peito.

A época foi difícil. A União de Leiria andou sempre perto dos lugares de despromoção e a sentença foi dada à penúltima jornada, frente ao Belenenses, já Tomé tinha substituído Peres no comando da equipa. Ainda assim, Jorge Jesus sempre se mostrou “muito profissional”, sério” e “interessado pelas questões tácticas”.

“Teve um grande mestre, o senhor Manuel de Oliveira. Entendia bem o que os treinadores lhe diziam e dentro de campo já mostrava que era um treinador em potência”, reconhece Fernando Tomé, que compara Jesus a Bruno Fernandes. “Não só joga, como apoia e orienta os colegas. Sente que necessita de fazer isso.”

JJ alinhava a ala direito. “Era rápido“ e “muito elegante a jogar à bola”. “Gostava muito de fazer as coisas na perfeição, só que no futebol a perfeição não existe”, explica Fernando Tomé. “Ao contrário do que as pessoas possam pensar”, o novo treinador do Benfica era “um rapaz simples, mas extrovertido e brincal

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