Sociedade

Gestão do Pinhal de Leiria: privados, Município ou tudo na mesma?

26 out 2017 00:00

O ministro Capoulas Santos abriu a porta aos privados. Ambientalistas estão contra. Câmara quer mais estudos.

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Casa roubada, trancas à porta. Agora que 86% do Pinhal de Leiria ardeu, tudo fica em causa. Até a gestão daquele território com 11.062 hectares, que é propriedade do Estado na tutela do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e das  Florestas. Entregar a particulares? Ao Município? Ou deixar na mesma? Ainda as cinzas não tinham arrefecido e já o ministro as revolvia. Questionado sobre o futuro, Capoulas Santos abriu a porta à entrada de privados na administração do Pinhal do Rei, como também é conhecido. As reacções não tardaram, dos partidos políticos aos grupos ambientalistas.

Quarta-feira, 18 de Outubro. Um dia depois de os bombeiros darem o incêndio como dominado. O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural visita a Mata Nacional de Leiria e encontra-se com autarcas, na Marinha Grande. "Há outras fórmulas, hoje, que permitem uma gestão mais eficiente do que a administração central", diz aos jornalistas, citado pela agência Lusa. Capoulas Santos admite que há a perspectiva de colocar "na gestão da floresta, em primeiro lugar, quem está mais próximo dos interesses privados". E mostra-se aberto a "novas formas de gestão que sejam mais eficazes, mais próximas e que permitam uma gestão mais profissional", com a participação de empresas, cooperativas, autarquias ou entidades em que as autarquias participem.

As críticas ao ICNF – desinvestimento e incúria no Pinhal de Leiria, ao longo de anos – andam a par com a degradação dos serviços florestais do Estado, que têm hoje menos meios, trabalhadores e orçamento. Para a Câmara da Marinha Grande, "não é o momento próprio" para tomar decisões, "porque muito há ainda a pensar, a estudar", afirma a nova presidente do executivo. O Município quer gerir o Pinhal do Rei? "Naturalmente que será uma preocupação da nossa parte, mas tem de ser com conhecimento e pesando todos os prós e contras. Quando a hipótese estiver estudada e devidamente enquadrada, nesse momento se tomará uma decisão", diz Cidália Ferreira.

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