Sociedade

Fátima critica Governo por eliminar nó A1/IC9 do Plano de Recuperação e Resiliência

1 mar 2021 14:22

"É indicutível o apoio regional que este investimento potencia, sobretudo, pela ligação entre o litoral e o interior, numa tentativa, de esbater as profundas desigualdades que isso tem representado ao país."

fatima-critica-governo-por-eliminar-no-a1ic9-do-plano-de-recuperacao-e-resiliencia
Assembleia de Freguesia considera "incompreensível que se faça tábua rasa de tudo o que durante anos mereceu apoio"
Google maps

A Assembleia de Freguesia de Fátima criticou hoje o Governo por eliminar o nó de ligação da A1 ao IC9 do Plano de Recuperação e Resiliência, documento criado para dar prioridade à chamada 'bazuca' que virá da União Europeia e que se encontra em discussão pública.

Numa tomada de posição pública, o documento da Assembleia de Freguesia de Fátima  intitulado “Pela construção do nó entre a A1 e o IC9”, divulgado hoje, lamenta que esta obra tenha vindo a figurar em vários pacotes de investimento de programas do Governo, mas nunca tenha avançado.

“Agora, neste outro documento estratégico deste País, chamado PRR, essa obra pura e simplesmente desapareceu da listagem das dez 'missing links' que são agora rpopostas a executar. É incompreensível que se faça tábua rasa de tudo o que durante anos mereceu apoio, consenso e consolidação em vários governos deste país”, refere a nota da Assembleia de Freguesia de Fátima.

Os eleitos recordam que o projecto do nó entre a A1 e o IC9 é uma reivindicação antiga, desde os tempos da construção do próprio IC9 no concelho de Ourém.

Segundo o documento, por “diversas vezes foram argumentadas as vantagens de localizqação de um novo nó (…), que sirva também o concelho de Ourém e que dê resposta ainda à desconcentração de trânsico que se verifica num único no de entrada na cidade de Fátima”.

"Precisamos de uma articulação de forças e de dar voz aos anseios da região sobre esta matéria, pelos sucessivos adiamentos desta concretização, sendo inadmissível aos dias que estamos do ano de 2021, que a obra simplesmente tenha desaparecido de qualquer mapa de investimento nacional", acrescenta.

Recordando a "importância" do turismo para o desenvolvimento da economia a nivel nacional, a Assembleia de Freguesia considera que, no contexto da pandemia, Fátima “representa a âncora de todo o turismo do centro do país e uma das maiores a nível nacional, pela captação de mercados, não só europeus".

"É indicutível o apoio regional que este investimento potencia, sobretudo, pela ligação entre o litoral e o interior, numa tentativa, de esbater as profundas desigualdades que isso tem representado ao país."

O documento aponta ainda o facto do PRR ter, por exemplo, três obras destinadas à construção do IC35. “Não sendo este itinerário realizado de uma só vez, o seu faseamento podia permitir já a construção de outras ligações noutros pontos do país, ao invés de se estar a cativar investimento desta forma.”

"As regiões já densamente infra-estruturadas (como Maia, Trofa, Aveiro, Águeda…) recebem também um acréscimo de interfaces. É profundamente injusto e contribui ainda mais para o agravamento das desigualdades e da coesão territorial no país, objectivos que supostamente este plano pretendia combater", refere a nota.

A Assembleia de Freguesia de Fátima “reitera a importância estratégica que constitui a construção do nó de acesso entre a A1 e o IC9, luta da qual não abdica em momento algum nas discussões sobre investimento público, tal tem sido o ababdono a que a região tem sido conduzido, espelhado no inexplicável desaparecimento desta obra nas listagens nacionais de investimento público".

"Queremos por isso ver consagrado este nó na lista final de projectos do PRR, sendo um verdadeiro 'missing link', repondo a sua ordem natural e já consensualizada em documentos anteriores de vários governos, consagrando assim o paradigma territorial, o desenvolvimento regional e a ligação litoral-interior", remata.

O documento foi enviado à Assembleia Municipal de Ourém, Governo, Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e plataforma de consulta pública.