Sociedade

Faltam bolsas de famílias para evitar institucionalização

15 abr 2016 00:00

Seminário sobre maus-tratos no âmbito da campanha que decorre este mês

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O juiz desembargador, Paulo Guerra, lamentou ontem, em Leiria, a falta de bolsas de famílias de acolhimento, que possibilitem aos juízes encaminhar as crianças e jovens quando estas são retiradas à família biológica.

Durante um seminário, organizado no âmbito do mês da prevenção contra os maus-tratos, o também director adjunto do Centro de Estudos Judiciários, lembrou que foi aprovada uma lei, em Outubro de 2015, que estipula que todas as crianças até aos 6 anos “não deverão passar pelos muros de uma instituição”, mas sim “imediatamente para uma família de acolhimento”, previamente seleccionada pela Segurança Social. No entanto, esta resposta escasseia.

“Tem de haver vontade política para poder avançar com aquilo que está na lei. Não é só escrever, é preciso arranjar essa dita bolsa de famílias - que não são famílias adoptantes -que vão tomar conta daquelas crianças durante um período em que se vêem privadas do seu meio familiar”, precisou.

Salientando que os portugueses são “solidários”, Paulo Guerra admitiu que os juízes não poderão aplicar a lei, sem que haja famílias de acolhimento. “Mas isto é um imperativo. Nós não podemos fazer de conta. Isto está na lei, e a bem da criança, é um enorme passo civilizacional.”

A violência é uma DTS Vasco Prazeres, coordenador Nacional da Acção de Saúde para Crianças e jovens em Risco da Direcção-Geral de Saúde, considerou ainda que a violência é uma doença de transmissão social (DTS) e que se perpetua num ciclo de vida, que é “importante” travar.“É comum passarmos de maltratados a maltratantes e tornarmos a ser maltrados”, referiu.

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