Saúde

Endometriose: a doença crónica que atormenta uma em cada dez mulheres

11 mar 2021 16:58

Março é o mês da consciencialização da endometriose, uma doença crónica que afecta 10% das mulheres. Apesar destes dados, o diagnóstico desta doença ainda é demorado e as dores fortes que atormentam o sexo feminino são desvalorizadas

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O sofrimento que a endometriose traz às mulheres é atroz. As histórias cruzam-se com relatos de dores insuportáveis e incapacitantes
Ricardo Graça

Tem dores menstruais incapacitantes? Há sintomas dolorosos em diferentes locais do corpo que surgem coincidentemente sempre que está menstruada e todos lhe dizem que é normal? Se é demasiado doloroso procure ajuda especializada e despiste uma situação de endometriose.

Apesar desta doença crónica afectar uma em cada dez mulheres, o diagnóstico é quase sempre tardio, uma vez que quer a classe médica quer as próprias pacientes desvalorizam, muitas vezes, as dores da menstruação, considerando-as como algo normal. Idas à urgência, queixas frequentes, bateria de exames com resultados normais deixam estas mulheres à beira de um ataque de nervos. Desesperam por um diagnóstico.

Ana Parreira é nutricionista e sofre de endometriose. Dedica-se a ajudar as mulheres a viver com a doença da melhor forma através de uma alimentação personalizada. Até saber o que tinha passou vários anos a sofrer.

“Já se ouve falar cada vez mais da endometriose, mas o diagnóstico ainda é muito tardio e não é só em Portugal, também se passa o mesmo a nível mundial. Demora entre sete a dez anos. Os médicos deveriam estar um bocadinho mais atentos e ouvir mais as queixas das pacientes. Há que acabar com o mito de que ter dores menstruais é normal, o que não é quando se torna incapacitante”, sublinha.

E foi por isso que passou: dores incapacitantes que várias vezes a levaram às urgências do hospital. “Diziam sempre que não tinha nada e que poderia ser psicológico. Ouvir isto é muito complicado. Mesmo dos familiares. A minha mãe chegava a dizer-me: já fizeste exames a tudo e não dá nada. Sei que não é por mal, mas não é fácil.”

As dores começaram por volta dos 22 anos. A toma do anti-concepcional amenizou um pouco os sintomas, mas Ana Parreira considerava uma estranha coincidência os sintomas surgirem na zona do diafragma sempre que menstruava. “Quando parei a toma da pílula as dores tornaram-se muito fortes. O ginecologista dizia sempre que estava tudo normal”, revela.

João Sequeira Alves, ginecologista no Hospital da Luz especializado nesta doença, destaca precisamente que a “massificação da utilização da pílula” acaba por mascarar um pouco a doença. “Muitas vezes, é quando a mulher decide engravidar e pára a pílula que começa a ter mu

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