Economia

Empresas desesperam para encontrar pessoas. Salários afastam candidatos

4 dez 2021 14:19

São cada vez mais as empresas a queixar-se da falta de mão-de-obra, cenário que leva muitas a recusar projectos por falta de pessoal. Salários afastam candidatos, revela estudo da Hays.

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Faltam 40 mil trabalhadores no sector da hotelaria e restauração, diz associação do sector
Ricardo Graça
Raquel de Sousa Silva

“Estamos a recusar obras por falta de pessoal”. A Construções Vieira Mendes, da Batalha, é uma das muitas empresas que se deparam com a dificuldade em recrutar trabalhadores. Há duas semanas que tem na rua um anúncio para recrutar um encarregado e um chefe de equipa, mas “está difícil” de conseguir. “Só apareceram pessoas estrangeiras, e poucas”, conta ao JORNAL DE LEIRIA Vítor Mendes.

O empresário acredita que a falta de mão-de-obra se deve a três factores: muitos profissionais da construção emigraram, outros tantos reformaram-se e os jovens não querem trabalhar nesta área. O problema, garante, não são os ordenados baixos. “Está-se a pagar muito bem. Um bom pedreiro ganha quase dois mil euros, mais do que um engenheiro”. Na sua empresa, diz Vítor Mendes, há trabalhadores a “ganhar mais do que dois mil euros limpos”.

Segundo a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário, estão em falta 70 mil trabalhadores. Também a Associação Regional dos Industriais de Construção e Obras Públicas de Leiria e Ourém (Aricop) tem alertado para o problema da falta de trabalhadores.

“A gravidade do problema impõe que se procurem soluções a curto prazo que atenuem os efeitos deste estrangulamento provocado pela falta de mão-de-obra”, pelo que a associação lançou, em conjunto com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), o projecto RAMP – Construction Academy, que consistirá em formação teórica e prática para jovens que queiram entrar no sector.

“Dada a dimensão e especificidade do problema”, a associação “tem a perfeita noção da necessidade de uma solução de âmbito global, mas este será o seu contributo para, em termos regionais, procurar atenuar a falta de mão-de-obra jovem e qualificada das empresas do sector da construção civil e obras públicas”, destaca Jos&ea

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