Sociedade
Comboio quase descarrilou em São Martinho do Porto e Comissão de Defesa aponta abandono e falta de vigilância
"A pretexto da futura automatização da sinalização, a IP, tem vindo a reduzir o efectivo"
 
                                                                                                                                            A Comissão da Defesa da Linha do Oeste (CDLO), em comunicado, atribui a responsabilidade da situação ocorrida na semana passada, quando um comboio, na estação de São Martinho do Porto esteve prestes a descarrilar após desconhecidos terem mexido nos aparelhos de mudança de via, à “sistemática e progressiva redução de pessoal” e “ao abandono a que as estruturas deste eixo ferroviário têm sido votadas pela Infraestruturas de Portugal (IP)”.
A situação, adianta a comissão, traduz-se em “consequências para a segurança de pessoas e equipamentos”, que “possibilitam actos como o ocorrido na noite de 25 para 26 de Outubro”.
A CDLO sublinha ainda que “é notório que a pretexto da futura automatização da sinalização e das agulhas, a IP, tem vindo a reduzir o efectivo de trabalhadores nas estações ao longo da Linha do Oeste, quer no troço Caldas da Rainha/Meleças, em obras de modernização e electrificação, quer no troço entre as Caldas da Rainha e o Louriçal”.
Na terça-feira, dia 28 de Outubro, entre as Caldas da Rainha e Torres Vedras, só era possível proceder ao cruzamento de comboios na primeira estação, porque a do Bombarral, estava encerrada, por falta de pessoal.
“Deste modo, os atrasos acumularam-se, nos diferentes comboios, num e noutro sentido. Esta desertificação humana das estações, além dos problemas de falta de segurança para o património e utentes, acarreta outros problemas relacionados com a ausência de quem possa dar resposta às informações solicitadas sobre os horários, atrasos, destinos e ocorrências na circulação”.
A CDLO aponta ainda “a crescente degradação do material circulante, comprovada com sucessivas avarias registadas ao longo dos últimos meses” e lembra que “a automatização da sinalização e agulhas só deverá estar em funcionamento em 2027.
 
                         
                         
                         
                         
                                                 
                         
                            