Viver

Coisa Nossa: há sidra no Oeste

8 jan 2020 16:36

Conheça a bebida a que Miguel Esteves Cardoso augura um futuro brilhante

coisa-nossa-ha-sidra-no-oeste
No Bombarral, uma família há três gerações ligada à agricultura está na origem da marca Sidrada
DR

Oeste é região de fruta, e a fruta, designadamente, a maçã, é a matéria-prima principal na produção de sidra. No Bombarral, uma família há três gerações ligada à agricultura está na origem da marca Sidrada, que se apresenta ao mercado como a sidra do Oeste, num projecto liderado por Nuno Clímaco (o mestre sidreiro) e Liliana Nóbrega (a criativa) que foi finalista da edição 2017 do Prémio de Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola.

Com três anos de existência, a Sidrada já não passa despercebida. Premiada na Feira Nacional de Agricultura de Santarém e na Frutos em Caldas da Rainha, Miguel Esteves Cardoso escreve, numa crónica publicada no jornal Público, que é uma bebida “deliciosamente seca e amaçanada”, a que augura “um futuro brilhante”.

No texto, MEC refere-se à Sidrada de rótulo verde, obtida de três variedades de maçã: Granny Smith, Royal Gala e Reineta. Já o rótulo vermelho indica a versão 100% Royal Gala. Ambas são produzidas através de métodos artesanais, mas a primeira apresenta “um sabor mais intenso e frutado”, enquanto a segunda é “mais suave”, explica Liliana Nóbrega ao JORNAL DE LEIRIA.

No processo, a empresa, que já se iniciou na exportação, para França, recorre em exclusivo a pomares da região Oeste e aproveita a chamada fruta feia, ou seja, valoriza matéria-prima que não chega às prateleiras dos supermercados, tipicamente, é desperdiçada ou vendida barata para a indústria transformadora. Desde o último Verão, comercializa também a sidra de pêra rocha, ou perada, feita com pêra rocha do Oeste.

O que distingue a Sidrada? Segundo Liliana Nóbrega, é a qualidade, a origem nacional com delimitação no Oeste e o facto de ser 100% sumo fermentado, cinco maçãs por garrafa de 33 cl, sem corantes nem aromatizantes.

Com tradição no Minho e na ilha da Madeira, o consumo de sidra em Portugal nunca atingiu a expressão que tem, por exemplo, nas Astúrias, onde carrega o estatuto de símbolo de cultura e modo de vida. Mas tudo muda. “Aos poucos, devido ao mercado globalizado, ganhou um novo impulso”, afirma Liliana Nóbrega. “O consumidor está mais habituado a uma sidra comercial, que é bastante doce e gaseificada. O nosso trabalho é explicar às pessoas que existe sidra mais versátil, com mais sabores, mais qualidade, mudar mentalidades, tal como fizeram os produtores de cerveja artesanal”.

Presente em algumas dezenas de pontos de venda seleccionados, sobretudo lojas independentes, mercearias e garrafeiras, a Sidrada – 3,50 euros cada garrafa de 33 cl – encontra-se também em restaurantes ou festivais e na loja online da marca, onde constam dois outros produtos de criação própria: a sidra natural brut sem adição de açúcar (7,50 euros em embalagem de 75 cl) e os espumantes de sidra em versão bruto ou meio seco (12,50 euros).