Saúde

Centro Hospitalar de Leiria recebeu mais de 2.200 internados em dois anos de Covid-19

17 mar 2022 09:30

Em Janeiro de 2021, o CHL viveu “momentos de quase limite”, atingindo os 202 doentes internados com Covid-19 em enfermaria e 20 internados no Serviço de Medicina Intensiva

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Uma mulher de 77 anos foi a primeira doente internada com covid-19, no dia 18 de Março de 2020, no Centro Hospitalar de Leiria (CHL), que recebeu 2.258 doentes em dois anos, nos hospitais de Leiria, Pombal e Alcobaça, unidades que integram aquela unidade de saúde.

O primeiro teste positivo para a Covid-19 verificou-se no Serviço de Urgência Geral, no dia 16 de Março de 2020. Tratou-se de ma mulher de 49 anos, que não necessitou de internamento hospitalar.

Segundo dados do CHL, a maioria dos doentes tinha mais de 80 anos (987 doentes), seguindo-se a faixa etária dos 70 aos 79 anos (482).

O doente mais novo internado tinha um mês de vida e sobreviveu, já o mais velho tinha 106 anos e acabou por não resistir à Covid-19.

No total, o CHL lamenta a morte de 675 doentes com Covid-19.

Dois anos depois da pandemia, o presidente do conselho de administração do CHL, Licínio de Carvalho, considerou, numa nota de imprensa, que o hospital “esteve sempre à altura dos desafios da pandemia, com contínuas reestruturações nas instalações, o ajustamento de recursos e a reorganização de serviços, para prestar os cuidados adequados em cada fase”.

“Foi difícil a decisão de retrair a actividade assistencial aos doentes não Covid-19, ao nível das consultas e de cirurgias programadas, mas foi uma medida necessária nos picos pandémicos na nossa região”, acrescentou.

“Antes da declaração de pandemia e quando percebemos a disseminação rápida do vírus SARS-CoV2, tentámos ao máximo preparar a nossa instituição para receber doentes positivos, com a criação de um plano de contingência específico, com diversos níveis, de acordo com a gravidade da situação”, afirmou Licínio de Carvalho.

Segundo o presidente do CHL, em Janeiro de 2021, viveram-se “momentos de quase limite”, atingindo os 202 doentes internados com Covid-19 em enfermaria e 20 internados no Serviço de Medicina Intensiva.

Além dos doentes internados com Covid-19, nestes dois anos também testaram positivo 844 colaboradores, dos quais 71 já estiveram infetados duas vezes, e quatro, três vezes.

A categoria profissional mais afectada foi a enfermagem, com 382 enfermeiros infetados, seguida dos assistentes operacionais, com 213 infetados, e só depois a categoria médica, com 121 médicos.

Apenas estiveram internados três profissionais com covid-19.

A faixa etária mais impactada pela Covid-19 localiza-se entre os 35 e os 39 anos (137 colaboradores), seguida pela faixa dos 50 aos 54 anos (123 colaboradores).

“Apesar de termos tido fases com muitos profissionais ausentes por infecção com Covid-19, conseguimos superar as dificuldades, graças ao trabalho em equipa, ao esforço e à dedicação de toda a ‘família’ CHL. É visível todo esse trabalho olhando para os números associados à produtividade de 2021, quando conseguimos recuperar a actividade assistencial e ir mais além, chegando a valores recorde no que respeita a realização de consultas e cirurgias”, realçou Licínio de Carvalho.

A vacinação contra a Covid-19 no CHL decorreu entre 29 de Dezembro de 2020 e 27 de Agosto de 2021, período em que foram vacinados “2.192 colaboradores, incluindo prestadores de serviço”. Ou seja, na primeira fase foram imunizados 83,6% colaboradores, número que aumenta para 88,9% contando com os trabalhadores que foram vacinados fora do CHL.

A dose de reforço foi administrada a 1.939 colaboradores e prestadores de serviços, 74,3% das pessoas. Este valor aumenta para 82,1%, incluindo as vacinações fora da instituição e que o hospital tem conhecimento.

“Estas percentagens não são maiores, porque ainda há muitos profissionais que não cumprem critério de elegibilidade, por terem tido covid-19 recentemente e apenas após cinco meses do diagnóstico podem levar a terceira dose”, explicou fonte do CHL.

Licínio de Carvalho acrescentou que o “efeito da vacinação em massa na comunidade também se refletiu no CHL a partir de Abril e Maio de 2021, com uma redução de casos de saúde mais críticos por covid-19”.

O dirigente informou ainda que o CHL dispõe de três níveis de cuidados para os doentes covid-19 no Hospital de Santo André (HSA): nível I – enfermaria criada no Serviço de Medicina Interna; nível II – cuidados intermédios, a funcionar na Unidade de Cuidados Agudos Polivalente (UCAP); e nível III – cuidados intensivos, com localização no Serviço de Medicina Intensiva.

“Não podemos também esquecer a nossa comunidade civil que esteve sempre ao nosso lado e mostrou o seu apoio de diversas formas e a quem estamos eternamente reconhecidos”, rematou Licínio de Carvalho.

A Covid-19 é uma doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em Novembro, na África do Sul.