Sociedade

Autópsia à criança de Peniche aponta para morte violenta

11 mai 2020 21:53

Os suspeitos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Judicial de Leiria na manhã de terça-feira

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A Polícia Judiciária de Leiria anunciou no domingo a detenção do pai e madrasta da criança
Ricardo Graça

O resultado preliminar da autópsia à criança de Atouguia da Baleia, no concelho de Peniche, aponta para uma morte violenta, com lesões na cabeça e indícios de asfixia.

Embora haja indícios de asfixia, a criança de 9 anos terá sofrido agressões em vários locais, o que lhe causou diversas lesões, incluindo na cabeça, segundo fonte policial.

Se alguma destas agressões resultou na morte ou as duas situações em simultâneo ainda não é conhecido, uma vez que as causas da morte só serão confirmadas depois de exames laboratoriais.

Este ainda não é o relatório final da autópsia, mas apenas um exame preliminar, que terminou ao final do dia de hoje.

A criança, de 9 anos, que se encontrava desaparecida desde quinta-feira, após denúncia do pai à GNR, foi encontrada morta no domingo pela Polícia Judiciária (PJ).

Após cerca de três dias de buscas, a PJ de Leiria deteve, no domingo, o pai e a madrasta da menor, cujo corpo foi encontrado numa mata na serra D’El Rei, também concelho de Peniche, coberto por arbustos.

Os dois suspeitos estiveram depois com os inspetores na casa onde o alegado homicídio terá ocorrido, na Atouguia da Baleia, e na mata para onde o corpo foi transportado, a reconstituir o alegado crime.

Outras diligências continuam a ser efetuadas pelos inspetores, para reunirem provas de que o crime foi concretizado pelo pai e pela madrasta da criança durante o dia de quarta-feira.

“Estamos a verificar [o cenário da morte], mas claro que terá de ter acontecido em algum contexto de violência”, disse, em conferência de imprensa no domingo, o coordenador do Departamento de Investigação Criminal da PJ de Leiria, Fernando Jordão, salientando que, “à partida”, não terá sido uma morte acidental.

Fernando Jordão adiantou que a morte terá ocorrido “por questões internas do funcionamento da família”, escusando-se a revelar mais informações.

Convicto de que a vítima terá sido morta dentro da habitação, o responsável da PJ disse desconhecer se as outras três crianças, “de 11/12 anos, 4 anos e outra com meses”, que se encontravam em casa, terão assistido a alguma coisa.

A PJ ouviu, contudo, a criança mais velha, assim como os principais suspeitos, o pai, de 32 anos, e a madrasta, de 38 anos.

Os suspeitos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial no Tribunal Judicial de Leiria na manhã de terça-feira.