Sociedade

Autarca de Pedrógão Grande critica "péssima investigação" sobre reconstrução de casas

26 out 2020 15:40

Presidente da Câmara aponta o dedo à Polícia Judiciária e ao Ministério Público

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Valdemar Alves está acusado de dezenas de crimes no processo de reconstrução das casas de Pedrógão Grande
Ricardo Graça/Arquivo

O presidente da Câmara de Pedrógão Grande acusou o Ministério Público e a Polícia Judiciária de terem feito uma “péssima investigação” no processo sobre a reconstrução das casas, cujo julgamento se iniciou hoje.

“[As acusações] não são fundamentadas. Foi uma péssima investigação feita pelo Ministério Público e pela Polícia Judiciária. Aliás, o tribunal vai ter ocasião de observar isso. Mantenho que não houve irregularidades”, disse Valdemar Alves, antes do início da sessão do julgamento, que decorreu no Auditório Municipal de Pombal, devido ao número elevado de participantes no contexto da pandemia da Covid-19.

Sublinhando que se mantém de “consciência tranquila”, o autarca lamentou que “as pessoas que ficaram sem as suas casas estejam agora aqui como arguidas”.

Valdemar Alves considerou ainda que irá “fazer-se justiça” e “o julgamento vai tratar disso”.

“Além dos mortos, desde que começaram as falsas denúncias”, todo “aquele aparato da Polícia Judiciária e do Ministério Público nas terras de Pedrógão foi mais aterrorizante do que os fogos”, acrescentou.

Questionado se o julgamento faz sentido, o autarca afirmou que não tem problema em estar presente, uma vez que “estão a tentar incriminar tanta gente a quem lhes ardeu a casa”.

Já sobre a alegação de ter verificado apoios à reconstrução de casas inabitadas, que arderam no incêndio de 17 de Junho de 2017, Valdemar Alves foi perentório: “Isso é o senhor quem o diz. Não é aqui que estamos em julgamento. Este é o primeiro dia de muitos dias e no final cá estaremos todos, e os senhores também, para poderem depois falar com mais dignidade.”

Valdemar Alves vai responder por 20 crimes de prevaricação de titular de cargo político, 20 crimes de falsificação de documento e 20 crimes de burla qualificada, os mesmos crimes de que estavam indiciados na acusação do Ministério Público (MP).