Entrevista

"Somos dos países da Europa que menos ovos consomem"

27 ago 2021 12:50

Presidente do Conselho de Administração da Companhia Avícola do Centro fala das tendências de consumo, da evolução da empresa e dos desafios para o futuro

.
Ricardo Graça
Raquel de Sousa Silva

A marca Matinados, da Companhia Avícola do Centro (CAC), patrocina pela terceira vez consecutiva as 7 Maravilhas de Portugal. O que vos levou a juntarem-se à iniciativa?
A Matinados tem 25 anos e durante muitos funcionou como nicho de mercado. Quando em 2012 redefinimos a estratégia global da empresa, uma das decisões foi acompanhar a tendência que se verificava no Norte da Europa em termos de bem-estar animal e de produções alternativas e apostar no ar livre e na marca Matinados, que decidimos potenciar, com divulgação, começando a patrocinar algumas iniciativas. Entretanto surgiram as 7 Maravilhas, na primeira edição com o tema da doçaria, pelo que fazia sentido a associação; na segunda continuámos a ser parceiros e agora nesta terceira edição, de novo com o tema da gastronomia, voltamos a patrocinar. É um evento que nos dá visibilidade, embora tenha sido ainda mais importante no passado. Foi onde começámos a comunicar mais em televisão. Este ano, por força da redefinição estratégica em termos de comunicação, passámos a apostar noutras áreas, como o product placement. As 7 Maravilhas já não são, por isso, a iniciativa que mais notoriedade nos dá.

 

Esta marca regista há vários anos crescimentos anuais superiores a 30%…
Desde que a relançámos tem crescido sempre a dois dígitos, nessa ordem, mas no ano passado até foi muito perto dos 50%. Cresce a marca e cresce o conceito de ar livre. Não o fazemos sozinhos, os concorrentes também o fazem. O que fizemos foi antecipar tendências, apostando mais na produção ao ar livre e na biológica. Tínhamos uma marca para ovos biológicos, a Campestre, que mantemos, e passámos a ter também a Matinados Bio, felizmente com sucesso. A grande diferença entre ovos de ar livre e ovos bio tem a ver com a alimentação das galinhas, embora haja também regras diferentes nas áreas das explorações e no tamanho dos bandos.

 

Os ovos de galinhas de ar livre já representam a maior fatia da produção da CAC?
Temos quatro sistemas de produção. Por ordem de valor: gaiola, solo, ar livre e biológico. Regista-se um crescimento natural da produção ao ar livre e também no biológico há crescimentos. Claro que os biológicos custam o dobro do preço dos de ar livre, porque o custo da alimentação das galinhas é muito alto. Mesmo assim, é um produto que cresce a um ritmo significativo. Mas à medida que aumenta o consumo destes produtos há alguma tendência de aproximação dos preços aos dos outros ovos. No futuro, o preço, nomeadamente dos ovos de ar livre, será muito mais equilibrado. Há uma questão muito importante de que o consumidor normalmente não tem percepção: o ovo é um produto muito barato. Sentimos necessidade de promover o ovo para dar a conhecer ao consumidor as suas potencialidades e para que as marcas possam crescer. A nossa comunicação tem-se dirigido muito aos benefícios do ovo. Não é perceptível ao consumidor o valor proteico e vitamínico que o ovo tem, comparado com a maior parte dos alimentos. Somos dos países da Europa que menos ovos consomem per capita. E este é, diria, o alimento mais completo depois do leite materno.

 

Mas o consumo de ovos em Portugal tem crescido…
Não temos muitos dados estatísticos, mas há uns anos eram 180 ovos per capita. Agora devemos andar muito perto dos 200 ovos. Na Europa a média é de

Este conteúdo é exclusivo para assinantes

Sabia que pode ser assinante do JORNAL DE LEIRIA por 5 cêntimos por dia?

Não perca a oportunidade de ter nas suas mãos e sem restrições o retrato diário do que se passa em Leiria. Junte-se a nós e dê o seu apoio ao jornalismo de referência do Jornal de Leiria. Torne-se nosso assinante.

Já é assinante? Inicie aqui
ASSINE JÁ