Entrevista

“O site é o cartão-de-visita de papel que usávamos há 20 anos"

10 mai 2021 13:00

Conselheiro na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia fala dos desafios da transição digital e da necessidade de ter recursos qualificados nesta área

Raquel de Sousa Silva

Portugal foi o primeiro país da UE a entregar à Comissão Europeia o Plano de Recuperação e Resiliência. É uma boa notícia?
É com certeza. Sermos os primeiros a apresentar a proposta para o plano mostra o compromisso do governo português com este grande objectivo que é o de dar início o mais rapidamente possível à recuperação económica. Ao mesmo tempo, tem o simbolismo de, enquanto país na presidência da União Europeia, darmos o exemplo, o que é naturalmente importante.


Este plano contempla para a área da transição digital uma verba de 2.460 milhões de euros, dos quais 650 milhões para as empresas. É suficiente?

Se tivéssemos mais seria melhor. A questão que deve também ser colocada não é apenas na perspectiva do quanto, mas do nível de execução. Ou seja, muitas vezes, ter muito não significa executar bem. Neste caso concreto, dadas as circunstâncias muito especiais, é absolutamente fundamental que haja uma boa capacidade de execução. Este é um valor a que o governo chegou com base em determinados pressupostos, que naturalmente devem responder a necessidades imediatas, sendo certo que não podemos esquecer que há um quadro financeiro plurianual com fundos adicionais, além destes com uma função muito específica, que é o da resposta imediata à crise resultante da pandemia.


Que outros aspectos considera de relevo no PRR?
Na área digital, desde logo a componente de modernização do governo electrónico e a importância de colocar as tecnologias de informação no ambiente escolar. Nestes últimos 12 meses, com as crianças em casa, tornou-se evidente a urgência de ter não apenas computadores nas escolas e ligação à internet, mas ao mesmo tempo [a necessidade de] permitir que ninguém ficasse para trás, que não houvesse um aprofundamento das exclusões sociais precisamente porque algumas crianças estavam afastadas  deste processo de digitalização escolar e educativa. Este é um aspecto muito importante presente no programa português. Há depois um conjunto variado de iniciativas para a digitalização das empresas e para a qualificação das pessoas. Diria que este é um dos elementos mais importantes do pla

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