Entrevista

José Rodrigues dos Santos: “Se há uma notícia que não agrada, os partidos invadem as redes sociais”

5 jul 2021 16:46

O jornalista esteve na semana passada em Leiria, na Feira do Livro. Ao JORNAL DE LEIRIA falou, entre outros temas, sobre a hipocrisia dos políticos na gestão da informação digital

“A literatura não precisa de inventar nada! Basta olhar em volta e a realidade é suficientemente estranha, mesmo que nos habituemos a ela”
Ricardo Graça
Jacinto Silva Duro

Quando deu as primeiras notícias sobre a Covid-19, no final de 2019, e tendo acesso a um maior espectro de fontes de notícias, apercebeu-se que chegaríamos a este ponto?
Estudei a "gripe espanhola", a pandemia de 1918 de que falo no meu romance A Filha do Capitão, mas era um acontecimento com 100 anos, e não tenho um antecedente recente. A não ser que fosse epidemiologista, não poderia prever o que iria acontecer. Houve, nos últimos anos, vários alertas com outras epidemias, como a do ébola, o SARS ou a peste suína, que soou alarmes junto dos médicos. Para as restantes pessoas, a Covid-19 seria mais um caso que ficaria circunscrito a uma área geográfica específica. O problema deste vírus, ao que parece, é que tem certas características que são inesperadas, como a sua capacidade de contagiar o ser humano. Parece formatado especificamente para nos infectar. É mais contagioso do que o vírus normal da gripe, que convive connosco há milhares de anos.
Quase dá a impressão de que foi concebido especificamente para esta situação. Uma das questões sobre se este coronavírus tem origem laboratorial é, precisamente, a "afinação" que demonstra. Sabe-se que se consegue desenvolver vírus, através de técnicas laboratoriais, afinados para a transmissão em humanos. Isso é um dos factores que leva a que haja suspeitas... que não passam disso. São hipóteses.

Parece que vivemos num cenário de ficção científica. No seu livro, Imortal, toca algumas questões alicerçadas na ciência, como o impacto da Inteligência Artificial e aquilo que a Humanidade prepara para o futuro, sem se aperceber...
Os meus romances, em geral, são baseados na realidade. Ela é suficientemente interessante para não precisarmos de inventar coisas. Quando vimos os aviões a colidir contra as Torres Gémeas, no 11 de Setembro, se aquilo fosse um filme, diríamos que "só os americanos inventariam estas tretas". E, no entanto, foi um acontecimento real. Com as pandemias acontece a mesma coisa. A literatura não precisa de inventar nada! Basta olhar em volta e a realidade é suficientemente estranha, mesmo que nos habituemos a ela.

Estes temas aparecem no decorrer da sua investigação preliminar para outros livros e servem como ignição para novas histórias?

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