Opinião

Uma questão de coerência

29 ago 2018 00:00

Para Centeno, a saída limpa de Portugal em 2014 era um “resultado pequeno para uma propaganda enorme”, num país com “crescimento anémico”.

Num mês que fica marcado pela saída da Grécia de um programa de ajustamento (três programas, na realidade), lembrei-me daquilo que disse o atual ministro das Finanças, Mário Centeno, sobre a saída de Portugal também de um programa de ajustamento em 2014.

Para Centeno, a saída limpa de Portugal em 2014 era um “resultado pequeno para uma propaganda enorme”, num país com “crescimento anémico”. Em 2015, a economia portuguesa cresceu 1,9% e a taxa de desemprego no final do ano foi de 12,6%.

Ora, o mesmo ministro Centeno, agora presidente do Eurogrupo, vê na saída da Grécia (após três resgates) a “recuperação do controlo” de uma “economia reformada e modernizada”, onde “estão a ser criados novos empregos, há um excedente orçamental e comercial”.

No final do ano passado, a economia grega cresceu 1,4% e a taxa de desemprego rondava os 22%. É, de facto, assinalável esta dualidade de critérios para caracterizar as saídas dos dois países de dois programas de ajustamento.

Mas não é apenas Mário Centeno que tem um grave problema de coerência. É também o primeiro-ministro, António Costa, que tanto apoucou o cumprimento e o esforço feito pelos portugueses e pelo governo português para a conclusão do programa de ajustamento que agora vem parabenizar de f

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