Opinião

Um apelo a Helder Roque

17 nov 2016 00:00

Esta região precisa dos melhores e Helder Roque provou ser um deles.

Ao que tudo indica, apôs 11 anos à frente dos destinos do Hospital Santo André (Centro Hospitalar de Leiria depois da integração dos hospitais de Pombal e de Alcobaça), Helder Roque não está disponível para um novo mandato (o actual termina em Dezembro) como presidente do Conselho de Administração da instituição.

O Jornal de Leiria sabe que assim que partilhou a sua decisão, numa reunião interna, os movimentos de pressão para que Helder Roque reveja a sua posição têm sido de enorme expressão, quer a partir do interior do Centro Hospitalar de Leiria, quer do exterior, por parte de personalidades com cargos de responsabilidade na comunidade.

Não é, de resto, de admirar, pois o trabalho que a equipa liderada por Helder Roque desenvolveu na última década não deixa margem para se comparar o que era o hospital de Leiria com o que ele é actualmente.

As transformações foram enormes, desde logo ao nível da sua credibilidade, mas também no que respeita à qualificação dos serviços, das infra-estruturas e da sua organização, tudo alcançado a par de uma gestão rigorosa que foi possibilitando que o hospital de Leiria apresentasse indicadores económico-financeiros positivos, ao contrário do que acontece com a maioria das unidades de saúde portuguesas.

Hoje, são poucos os problemas de saúde a que o hospital de Leiria não dá resposta, tendo as pessoas deixado de ser obrigadas a deslocar-se a Coimbra ou a Lisboa para se tratar, como acontecia com elevada frequência no passado. O conforto é agora maior para quem está doente e para os seus familiares, algo impagável para quem está em situação de fragilidade.

É, portanto, algo estranho que Helder Roque não tenha vontade de continuar, agora que o caminho mais difícil parece ter sido percorrido. As razões por trás dessa decisão não são conhecidas, mas não será difícil imaginar que possam estar relacionadas com a falta de meios disponibilizados pelo Ministério da Saúde, alguns deles travados, depois de prometidos, pelo velho poder de Coimbra.

Sabe-se que as lutas foram muitas ao longo desta década e que muito do que hoje existe foi, inclusive, feito contra vontades superiores que habitam noutras regiões, como acontece, de resto, noutras áreas da nossa sociedade, tornando evidente o fraco poder de lobby de Leiria.

No entanto, se queremos ser uma 'região de excelência', lema à volta do qual se uniram as mais representativas instituições desta região, é importante que se continue a lutar e que haja força e compromisso nessa luta. Sabendo-se que Helder Roque não vira a cara à luta, fica o apelo para que reveja a sua posição e continue à frente de uma instituição que é determinante para a qualidade de vida dos milhares de pessoas que vivem entre Pombal e Alcobaça.

Esta região precisa dos melhores e Helder Roque provou ser um deles.