Opinião

Totalitarismos dos Estados

23 mai 2019 00:00

O documento considera que a atual radicalização religiosa de hoje, referida como “fundamentalismo”, é muitas vezes caraterizada por “uma reação específica à conceção liberal do Estado moderno.

A Comissão Teológica Internacional (Santa Sé) publicou recentemente um novo documento sobre a liberdade religiosa. Questiona-se a “neutralidade” do Estado, fala-se de “totalitarismo suave” e pede-se novo relacionamento entre a comunidade civil e as confissões religiosas.

A religião sempre foi tema apaixonante, multicultural e transversal a toda a comunidade humana. A religião é para religar ao outro (divino) e aos outros (próximos). A missão e visão é a construção de pontes de comunhão.

No tempo hodierno, em que se fala prolixamente sobre liberdade, querer empurrar para o foro privado a prática religiosa, considerar a filiação religiosa um obstáculo à plena cidadania, truncar a liberdade religiosa, é seguir a via do totalitarismo partidário político ou do Estado.

O documento considera que a atual radicalização religiosa de hoje, referida como “fundamentalismo”, é muitas vezes caraterizada por “uma reação específica à conceção liberal do Estado moderno, devido ao seu relativismo ético e sua indiferença face à religião”.

Fenómenos de fanatismo religioso e totalitarismos políticos devem “questionar” a sociedade. Lê-se no texto: “Uma cultura civil que define o seu humanismo através da remoção da dimensão religiosa do humano é forçada a remover também partes decisivas da sua própria história: do seu próprio saber, da sua própria tradição, da sua própria coesão social.

O resultado é a remoção de partes cada vez mais substanciais da humanidade e da cidadania, a partir das quais a própria sociedade é formada”.

Até onde vai a neutralidade dos Estados e governos?

Os políticos e as políticas podem impor a marginalização e a exclusão do religioso?

A justiça e a ética vão ser fundadas e fundamentadas em quê? Estará proibida toda e qualquer justificação e inspiração religiosa?

A liberdade pode ser discriminatória?

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