Sociedade

Suspeito diz em tribunal que morte de empresário das Caldas da Rainha foi um acidente

11 mar 2019 00:00

O Tribunal de Leiria começou hoje a julgar duas mulheres e um homem suspeitos do homicídio e da ocultação do cadáver de um industrial das Caldas da Rainha.

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O homem que terá matado um empresário das Caldas da Rainha disse hoje ao colectivo de juízes do Tribunal de Leiria que a morte foi um “acidente” e que teve ajuda apenas de uma das arguidas para esconder o corpo.

O Tribunal de Leiria começou hoje a julgar duas mulheres e um homem suspeitos do homicídio e da ocultação do cadáver de um industrial das Caldas da Rainha.

O homem contou ao colectivo de juízes que foi a casa da irmã, companheira da vítima, para a ajudar a empacotar os seus pertences, uma vez que ela iria sair de casa. Quando se apercebeu que a vítima terá dado droga à irmã, que se encontrava grávida, começou a discutir.

“Ele empurrou-me, eu empurrei-o e trocámos murros e dei-lhe uma cabeçada. Ele caiu na cama, que tinha o estrado maior que colchão e terá batido aí. Já não reagiu mais”, relatou, afirmando que nunca confirmou os sinais vitais do cunhado.

O arguido disse que não sabe explicar por que não chamou o 112. “Quando saí do quarto, fui à sala a chorar e disse a elas: ‘já estraguei a minha vida’ e entrei em pânico”.

O homem relatou que, como não conseguia enrolar o corpo no cobertor, utilizou braçadeiras para prender os pés e mãos e que depois foi pedir ajuda para transportar o corpo para o veículo.

Foi a sua companheira da altura, segundo contou, que o ajudou a remover o corpo da vítima, enquanto a sua irmã se encontrava sob o efeito de cocaína.

O corpo foi deixado no porta bagagens do seu carro, na Foz do Arelho, em Caldas da Rainha. Posteriormente, terá ido buscá-lo, “sozinho”, e levou-o para uma casa arrendada.

“Fiz um buraco no quintal e coloquei-o lá”, adiantou, revelando que disse às outras duas arguidas que tinha mandado o corpo para o mar na Figueira da Foz.

No seu depoimento, a companheira da vítima também afirmou tratar-se de um “acidente”, garantindo que “não foi nada planeado”.

A arguida referiu “não se lembrar” e “ter flashes” do que sucedeu, porque estava sob o efeito de produto estupefaciente. A mulher admitiu ainda ter falsificado a assinatura da vítima, posteriormente, para vender o veículo.

A outra arguida, ex-companheira do também acusado, admitiu que ajudou a transportar o corpo da vítima a pedido dos outros dois arguidos. “Ainda hoje me pergunto por que o fiz.”

Os três estão acusados dos crimes de homicídio e de ocultação de cadáver. A uma das arguidas acrescenta dois crimes falsificação de documento e falsidade de depoimento e à outra acusada o crime de arma proibida. Lusa/Fim