Sociedade

Rui Matos: "Futebol? Eh, pá, fica-me mal dizer que era um craque, não fica?"

23 mar 2017 00:00

Pontapé na bola, pesca à linha, tripela e cantigas na Impressão Digital desta semana.

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Responda com a verdade e só a verdade: o maior peixe que apanhou até hoje?
Em fotografia ou à cana? A sério: talvez uma dourada, na praia das Pedras Negras, com mais de… 300 gramas.

Há testemunhas?
Sem dúvida: o meu sogro. E eu sou testemunha de que ele apanhou uma de meio quilo, no mesmo dia!

É um exemplo de que filho de pescador sabe pescar?
Ganhei o gosto pela pesca com o meu pai, sim. Mas consigo encontrar muitos exemplos de que filho de peixe… não sabe sequer nadar!

A pesca é o seu momento se eu não gostar de mim quem gostará?
A pesca é aquele momento em que desculpem lá, mas estava mesmo a precisar de arejar! E não preciso de o fazer sozinho, embora já tenha passado noites inteiras, junto ao Forte da Nazaré, a ver as estrelas, o fantástico luar, as luzes fugidias das embarcações de pesca e o casario lá em baixo, muito lá em baixo!

Escreveu vários livros para crianças. O Rafa das suas histórias tem alguma coisa a ver com a sua infância na Praia da Claridade?
Como poderia não ter? Escrever sobre o que não conhecemos é de uma violência atroz, e eu sou muito pacifista. É claro que as asneiras que ele faz são completamente inventadas!

A Figueira da Foz já era um oásis nesse tempo?
Digamos que… era a minha praia! Dificilmente conseguiria conceber um local mais adequado para viver uma infância e juventude felizes, com mar, rio, serra… e as espanholas de Salamanca, que tinham na Figueira a praia mais próxima!

Também viveu em Lisboa. As melhores memórias desse período alfacinha.
Uiii… isso já foi quase noutra vida! Vivi cinco anos na Cruz Quebrada, enquanto estudava, e mais dois em Linda-a-Velha, depois de acabar a licenciatura. Nessa altura, fui à tropa em Mafra, quando já dava aulas na Escola Superior de Educação, em Leiria. Só me lembro de estudar muito…

Como é que um doutorado em motricidade humana mantém a forma?
Caminhando, correndo, pedalando... e brincando com os filhos! Já eu, aguardo serenamente pelo finalizar das minhas actuais funções para poder fazer o que disse!

É verdade que em criança queria ser cantor ou futebolista?
Pois, parece que sim. E não é que o tipo até tinha algum jeito para as funções? Da dourada, não há registo fotográfico, mas, com quatro anos, a cantar no Casino da Figueira, sim! Não, não foi na Gala Internacional dos Pequenos Cantores, que quando essa começou eu já comia broa (ficaria bem, a um figueirense, dizer broa com sardinha, mas mentir não é algo que me assista). Futebol? Eh, pá, fica-me mal dizer que era um craque, não fica? OK, não vou dizer.

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