Opinião

A questão grega

30 abr 2017 00:00

Adívida pública da Grécia tem estado novamente no centro das atenções

Desta vez não por causa da Grécia mas, imagine-se, em resultado de um “conflito” que se arrasta, desde meados de 2015, entre o FMI e o Eurogrupo, liderado por uma posição irredutível do ministro das Finanças da Alemanha, secundado pela Comissão Europeia e Mecanismo Europeu de Estabilidade.

Até 2014, o FMI alimentou e apoiou, mesmo se de forma reticente, a ficção de que a dívida pública da Grécia era sustentável.

O actual “conflito” tem as suas raízes na adopção, pelo FMI, de uma nova metodologia de análise de sustentabilidade da dívida pública da Grécia, de Junho de 2015, reforçada por análise similar de Maio de 2016.

A divulgação, em Abril de 2016, pela WikiLeaks, de uma conversa entre responsáveis do FMI, em que Poul Thomsen sugere que era necessário criar uma crise artificial para levar os europeus (a Alemanha) a concordar em reestruturara dívida da Grécia e, mais recentemente, um relatório confidencial do FMI cujos pontos mais sonantes foram “deixados” divulgar pela imprensa veio reabrir a questão da sustentabilidade da dívida grega.

Segundo este último relatório, a dívida grega estaria numa trajectória” explosiva” projectando o FMI que exceda os 250% do PIB em 2060. Por essa razão, o FMI sustenta que a dívida da Grécia teria de ser novamente reestruturada, desta vez pelo sector oficial europeu.

Sem essa reestruturação, FMI não estaria disposto a participar num novo resgate à Grécia que seria necessário realizar até Junho do ano corrente. Ora, para a Alemanha, a condição sine qua non para o quarto resgate à Grécia é a participação do FMI no mesmo.

De acordo com dados do Eurostat, a dívida pública da Grécia (critério de Maastricht), no final de 2015, era de aproximadamente 312 mil milhões de euros, representando 177,4% do PIB.

Leia mais na edição impressa ou torne-se assinante para aceder à versão digital integral deste artigo.

*Jornalista
*Texto escrito de acordo com a nova ortografia