Viver

O que arde cura…

17 nov 2016 00:00

Mas anda aí uma moda, não só na Europa mas também nos EUA em que parece que o que é fixe é deixar os miúdos morrer de sarampo. Não contem comigo para apoiar essas parvoíces. Prefiro a dor de ir às vacinas.

Hoje é dia de ir com os miúdos às vacinas. E eu já estou a sofrer por antecipação. Eles não, que ainda nem sabem o que lhes está reservado para o final do dia. É sempre um momento delicado, especialmente para o Ninja, que é muito corajoso, mas quando passa a porta do centro de saúde já sabe que não vem dali coisa boa.

As vacinas são horríveis, eu detesto levar vacinas. Ir com eles é um sofrimento, para eles claro, para mim também, que apesar de detestar levar vacinas, preferia ser eu a levar as deles, só para não os ver a sofrer. São eles a chorar porque dói e eu a chorar porque me dói vê-los com dores.

Hoje o Ninja leva uma, a Princesa leva três, todas injectáveis. É dose. Outra coisa que dói bastante é ir à farmácia pagar as vacinas que não estão incluídas no Plano Nacional de Vacinação. Normalmente são um arrombo grande no orçamento familiar. E dói pagar assim aos 3 dígitos de cada vez que se vai à farmácia. Mas os meus filhos levam as vacinas todas, e mais algumas que entretanto sejam inventadas. Porque tenho a certeza que me iria doer mais ficarem doentes por qualquer coisa que eu pudesse ter evitado.

Há por aí teorias que as vacinas são uma grande conspiração das grandes empresas farmacêuticas para ganharem muito dinheiro a explorar os medos dos pais. Não me levem a mal, eu até sou uma pessoa que gosta bastante de uma boa teoria da conspiração, mas prefiro não arriscar. E não, não houve nenhuma grande empresa farmacêutica a pagar-me para escrever isto. O que é uma pena, que dava-me muito jeito receber assim uma quantia simpática para vir aqui opinar sobre os benefícios das vacinas.

Não sou nenhuma autoridade nesta matéria mas, ao que sei, antes de haver vacinas havia muito boa gente a morrer com doenças que hoje em dia estão praticamente extintas. E que só não estão completamente porque continuam a existir esses tais teimosos que não vacinam os filhos porque acreditam que as vacinas são obra do diabo. Os filhos não têm a culpa. Nem os deles nem os meus, que continuam a estar expostos a algumas doenças por causa disso.

Felizmente parece que Portugal é um dos países do mundo com uma taxa de vacinação das mais altas. Mas anda aí uma moda, não só na Europa mas também nos EUA (esse país de onde vêm ideias tão boas como colocar uma estrela do Sozinho em Casa como Presidente da nação…), em que parece que o que é fixe é deixar os miúdos morrer de sarampo. Não contem comigo para apoiar essas parvoíces. Prefiro a dor de ir às vacinas.