Sociedade

Narciso Mota quer voltar a liderar Câmara de Pombal

28 abr 2016 00:00

O actual presidente da Câmara, Diogo Mateus, reage com surpresa à expressão da vontade do seu antecessor de se voltar a candidatar. Diz que "é uma manifestação meio estrambólica para marcar uma posição política".

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Maria Anabela Silva

Três anos depois de ter deixado a liderança da Câmara de Pombal, Narciso Mota diz-se “disponível” para concorrer de novo pelo seu partido de sempre, o PSD, ou como independente.

A expressão dessa vontade apanhou de surpresa o líder da concelhia social-democrata, Pedro Pimpão, assim como o actual presidente do município, Diogo Mateus, para quem, “a confirmar-se”, essa decisão é “uma manifestação meio estrambólica para marcar uma posição política”.

“Estou disponível para ser candidato à câmara, em primeiro lugar pelo PSD. Se for recusado, há a probabilidade de integrar uma candidatura independente”, afirma Narciso Mota, que, em declarações ao JORNAL DE LEIRIA, justifica essa posição com o seu “descontentamento e uma certa revolta pelo que se tem passado no actual mandato”.

O social-democrata recusa-se, no entanto, a concretizar as razões dessa insatisfação, alegando que, antes de as tornar públicas, pretende explicá-las às estruturas locais do partido, que também integra, tendo sido recentemente eleito presidente da Assembleia de Militantes da concelhia.

Ao que o JORNAL DE LEIRIA apurou, entre os motivos de descontentamento do antigo presidente da câmara estão algumas decisões do actual executivo que 'anularam' outras tomadas no anterior mandato e que tinham tido a aprovação do agora líder da câmara.

A mais polémica foi a demolição de um quiosque no Largo do Cardal, que levou Narciso Mota a tecer fortes críticas a Diogo Mateus. Este, ripostou no mesmo tom. Outro foco do descontentamento do antigo presidente da câmara estará no afastamento de funções ou dispensa de alguns funcionários da autarquia.

“Não conheço a declaração [da disponibilidade para ser candidato] nem os seus fundamentos. Não sei se tem a ver com a apresentação de um projecto político alternativo ou com a apreciação da actuação do PSD na Câmara. Se for este último caso, diria que, pouco mais de meio mandato, é muito pouco para fazer uma avaliação séria. E tenho dúvidas que a seriedade do eng.º Narciso tenha mudado”, afirma Diogo Mateus.