Sociedade

Mudar de país? Não, obrigado! Vejam o que conquistei ao mudar de profissão

23 jun 2016 00:00

Há professores que não emigraram. Ficaram, mudaram de profissão e vencem sem parar

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Daniela Franco Sousa

Primeiro foi Passos Coelho que em 2011 apelou à emigração como alternativa para os professores. Agora foi António Costa que, ao regressar de França, incentivou ao ensino da Língua Portuguesa nas escolas francesas, acreditando que esta pode ser também uma oportunidade para os docentes de Português que não têm trabalho em Portugal.

O novo primeiro-ministro veio negar que tenha feito esse apelo, mas entretanto, e polémicas à parte, já o JORNAL DE LEIRIA tinha entrevistado um conjunto de professores que, ao invés de partir, mostraram que é possível cortar amarras com o ensino para conquistar novas profissões e novos mundos, mesmo sem sair do pequeno rectângulo.

Esta semana Nuno Dias, antigo professor do Instituto D. João V, mostrou-o uma vez mais, ao sagrar-se campeão nacional de futsal pelo Sporting.

Nuno Dias

Da escola para pavilhões cheios de vitórias

 

Nasceu em 1972, em Cantanhede, e chegou a sonhar ser veterinário. Mas no 10.º ano, altura em que tinha de se decidir por uma área de estudos, o Desporto surgiu como a escolha mais óbvia para Nuno Dias, que entretanto já era atleta federado de futebol desde os 12 anos de idade, pelos Marialvas.

Segue-se uma licenciatura em Educação Física, depois outra em Ciências do Desporto, em Coimbra, e já em 2016 concluiu o mestrado em Ensino de Educação Física na Universidade da Beira Interior. Pensava que a sua vida iria passar pelo ensino, até que outras oportunidades lhe surgiram, desafios bem maiores noutros campos, e que tem sabido superar com sucesso.

 

Sílvia Patrício

Um salto do ensino para as artes plásticas

 

“Sempre gostei de pintar, de desenhar, de fazer escultura”, revela Sílvia Patrício, de 42 anos, de Leiria. “E para mim, o mais lógico era dar aulas de Desenho”, explica a artista plástica, que, na fase em que teria de escolher um curso superior, uma carreira profissional, nem tinha ideia de que ser pintora poderia ser também um modo de vida.

Foi então com o intuito de dar aulas de Desenho que Sílvia se formou na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha.

Como depois da licenciatura, em 2000, Sílvia ainda tinha uma loja de decoração, não se dedicou de imediato ao ensino. Quando foi colocada, passou a desenvolver um projecto no Estabelecimento Prisional Regional de Leiria. Era um projecto anual, que gostaria de ter podido continuar, não fossem estas iniciativas obedecer a concursos público. Não tendo ganho o concurso, foi dar Actividades de Enriquecimento Curricular no ano seguinte. Mais tarde acabou por deixar as aulas e por fechar a loja, para se dedicar a 100% à pintura. “Ensinar tem a sua arte”, é preciso “vocação para transmitir os conhecimentos”, reconhece a artista plástica, que se diz muito mais feliz “a construir os objectos”.

Paulo Aguiar

Da Educação Física para o mundo dos negócios

Toda a vida de Paulo Aguiar, de Leiria, tem girado em torno do desporto. E não foi por ter cortado amarras com o ensino de Educação Física que cortou relações com o exercício. Muito pelo contrário.

Paulo Aguiar, 44 anos, formou-se no Porto, como professor de Educação Física. Era uma escolha mais ou menos lógica para quem, como ele, já jogava futebol pelo Atlético Clube de Sismaria desde os 6 anos. Mesmo na faculdade, Paulo continuou a jogar num clube local. Assim que concluiu a licenciatura começou a leccionar e, pouco tempo depois, era requisitado pelo Ministério da Educação para trabalhar na área do Desporto Escolar. “Foi por essa altura, há 17 anos, que fundei o Game and Fun, empresa que comercializa material desportivo e pedagógico para clubes, autarquias, escolas, entidades públicas e privadas”, especifica o empresário.

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