Sociedade

Isabel Gonçalves: "Gosto de viajar, para mim a pintura é como que uma forma de viajar"

6 nov 2016 00:00

Engenharia, ensino, política e pintura na Impressão Digital desta semana.

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Agora que está reformada, tem mais tempo para a pintura?
A reforma dá-nos a oportunidade de fazer o que gostaríamos de ter feito antes e que, envolvidos com os problemas do dia-a-dia de trabalho, não tivemos oportunidade de concretizar. A pintura fica para quando vem a inspiração.

É mais realismo, Bauhaus ou construtivismo russo?
Sempre realismo, embora admire Paul Klee e Vladimir Shukhov, este último não pela pintura, mas pelos projectos originais relacionados com a engenharia civil e a arquitectura.

Com um filho ligado à música, nunca se sentiu tentada a experimentar a guitarra eléctrica?
Gosto mais de ouvir.

E quando vai aos concertos dele, passa muito tempo a olhar para o relógio?
Não uso relógio e adoro assistir aos concertos, aí o tempo passa sem eu dar por isso.

Imagino que Engenharia Civil não era um curso especialmente popular entre as mulheres quando se licenciou.
E imagina bem. No ano em que acabei o curso e na minha turma, éramos apenas quatro mulheres. Nos outros dois ramos do curso seriam mais algumas, mas poucas. 

Tinha muitos pretendentes?
Acho que não e tirar o curso era a grande prioridade.

Concluiu a Universidade enquanto trabalhadora-estudante, mas, depois de quatro anos a dar aulas, abandonou o ensino. Falta de vocação?
Gostei e gosto de ensinar. Quando acabei o curso vim viver para Leiria e na época o ensino foi também a solução de trabalho mais viável. Mas a minha vocação foi sempre a engenharia.

Uma escolha racional ou emocional?
Racional. Acho que desde cedo tive “espírito de engenheira”.

Entretanto, envolve-se na política. Quando, depois de chegar à Câmara de Leiria nas listas do PSD, aceitou integrar o executivo PS-CDS, sentiu-se numa espécie de geringonça de centro-direita?
Quando aceitei integrar o executivo PS, fi-lo na qualidade de independente, já não me encontrava vinculada a nenhuma estrutura partidária. Não obstante esse facto, entendo que nas autarquias estamos muito próximo das populações e o meu objectivo, enquanto autarca, foi sempre trabalhar para as pessoas e para a melhoria das suas condições de vida. A política partidária fica um pouco para trás. Aliás, em minha opinião, numa autarquia todos os eleitos deveriam ter um cargo executivo, independentemente do partido ou grupo de cidadãos que os elegeram, facto que já ocorreu em épocas transactas na Câmara de Leiria. Para fiscalizar a actuação do executivo camarário e fazer política, o local por excelência é a Assembleia Municipal.

Antes, tinha sido eleita para o Município pelo CDS e acabou por apoiar o executivo PSD no âmbito de um acordo pós-eleitoral. Engana-se muitas vezes e costuma ter dúvidas?
Qualquer engano é próprio do ser humano e quem é que nunca teve dúvidas? Nesse ano os dois partidos estabeleceram em muitos locais acordos pré ou pós-eleitorais. Assim aconteceu aqui em Leiria. Mas sempre fui realista e consciente das opções que tomei.

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