Sociedade

Homem que matou companheira condenado a 22 anos de prisão

4 jul 2019 00:00

Crime ocorreu em Porto de Mós, em 2018.

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O Tribunal de Leiria condenou um homem a 22 anos de prisão por ter matado a companheira no Juncal, Porto de Mós, em 2018, simulando um assalto para afastar as suspeitas sobre si.

Para o colectivo de juízes ficou provado que o homem de 59 anos, acusado de homicídio qualificado, “planeou os factos a sangue frio”, deixou a vítima a “esbracejar”, “foi embora, desfez-se da roupa, do calçado e da faca e foi acabar o resto da ronda [trabalho] como se nada se tivesse passado”.

Os juízes consideram que “esta conduta do arguido é perversa, altamente censurável e demonstra total desrespeito pelos valores morais que regem uma vida em sociedade”. “Planeou tudo meticulosamente e nunca voltou atrás, como ter chamado a ambulância para socorrer a mulher quando ainda estava viva.”

Ficou provado que o arguido, de 59 anos, motorista de profissão, "formulou" um plano para "matar" a mulher com quem vivia maritalmente.

No dia 18 de Abril de 2018, o suspeito pediu à ex-mulher que lhe emprestasse um veículo de mercadorias, "dizendo-lhe que precisava do mesmo para fazer mudanças", pese embora não o tenha efectuado, "nem tivesse intenção de o fazer".

Após a troca de veículos, o arguido “entrou na sua residência, retirou um televisor LCD que se encontrava na sala e colocou-o na parte de carga da carrinha. Depois, entrou novamente em casa, tendo nessa altura chegado a ofendida”.

A mulher dirigiu-se à cozinha e sentou-se à mesa para almoçar. "O arguido colocou umas luvas de borracha e agarrou numa faca de cozinha com cerca de 25 cm de comprimento. Encontrando-se a ofendida de costas, abeirou-se daquela por trás" e degolou-a.

A mulher foi ainda esfaqueada em várias partes do corpo. Com a mulher no chão, o suspeito abriu várias gavetas e armários, de modo a fazer crer que tinha ocorrido um assalto.

Voltou para o trabalho e ao final do dia, quando regressou, dirigiu-se para a rua e começou a gritar a pedir socorro, "afirmando aos que, nessa sequência, acorreram ao local, que se tinha acabado de deparar com a ofendida no chão da residência, não sabendo o que se tinha passado, mas assinalando a falta do televisor, de um fio em ouro e de uma pulseira em ouro, de modo a que pensassem ter-se tratado de uma assalto".

A falta de arrependimento e a premeditação levaram a que a condenação ficasse próxima da pena máxima (25 anos).