Opinião

A família do século XXI: um grande problema ou a melhor solução?!

28 abr 2017 00:00

A família, enquanto instituição de referência primária para o indivíduo, constitui um espaço privilegiado de construção social.

É, porventura, o maior recurso humano e social da sociedade. Assiste-se a um emergir de um novo modelo concetual, em torno do conceito família, caracterizado pelo pluralismo inevitável face às grandes mudanças socioculturais.

Os contornos da dita família nuclear, enquanto padrão predominante na cultura ocidental pós-industrial, estão em crise. Não que se pressuponha a sua extinção, mas sim a convivência com modelos assentes na diversidade.

Essa multiplicidade é representada através das famílias monoparentais, famílias hétero e homossexuais com a possibilidade de recorrerem à adoção, famílias resultantes de técnicas de reprodução assistida, entre outras.

A família passou de singular a plural tendo os grupos familiares sofrido alterações e multiplicando-se as suas configurações. A construção da família está longe de se cingir a meros estereótipos sociais observáveis do exterior.

Os modelos divergentes são, por norma, de difícil aceitação e tendem à estigmatização pela regra política e social padronizada. Não raras vezes são rotulados como "antinaturais", "disfuncionais", ou até mesmo "patológicos".

Trata-se, pois, de uma intolerância acrítica como se de um abalo civilizacional catastrófico se tratasse, quando, na verdade, da diversidade resulta a evolução. As famílias não podem viver prisioneiras de um sistema familiar padronizado que condiciona o seu desenvolvimento, sob pena de ficarem esclerotizadas. 

As "novas" famílias, em particular da sociedade ocidental atual, não podem viver assombradas pelo medo à mercê da hostilidade alheia, sacrificando a sua identidade e continuidade.

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*Socióloga
*Texto escrito de acordo com a nova ortografia