Opinião

Estagnação salarial

28 jun 2018 00:00

Os salários já não sobem à medida que o desemprego diminui, porque empresas como a Uber podem ligar e desligar a sua procura por mão-de-obra minuto a minuto.

Alguns economistas alertam hoje para a falibilidade dos modelos tradicionais que analisavam os mercados de trabalho. Em países como os EUA e o Reino Unido, onde o desemprego é quase zero, os salários reais não têm aumentado.

Mesmo em Portugal, curiosamente, os quadros superiores, médios e profissionais qualificados registam um crescimento real de menos de 10% face aos valores salariais de há 16 anos atrás.

O modelo tradicional supunha que se a oferta de trabalhadores fosse restrita, os salários inevitavelmente aumentariam à medida que os trabalhadores mudassem de emprego para cargos mais bem pagos ou negociassem aumentos salariais.

Contudo, por exemplo, apesar de nos EUA existirem 6,7 milhões de vagas de emprego e apenas 6,3 milhões de pessoas à procura de trabalho, os salários estão estagnados (já agora, esta falta de trabalhadores torna todo o debate em torno da imigração desprovido de sentido – nos EUA, tal como na UE, ela é fundamental e necessária para o futuro crescimento económico).

Surpreendentemente, os salários reais permanecem bem abaixo de onde estavam há uma década. A economia a “tempo parcial” gerada pela Uber, pelo AirBnB e por muitas outras aplicações que transformaram o emprego, quebrou um elo fundamental no capitalismo que criava efeitos positivos para os trabalhadores.

Os salários já não sobem à medida que o desemprego diminui, porque empresas como a Uber podem ligar e desligar a sua procura por mão-de-obra minuto a minuto.

O desemprego &eac

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