Economia

Empresas de trabalho temporário facturaram 1175 milhões em 2016

6 abr 2017 00:00

A facturação das empresas do sector cresceu no ano passado 7,3% face a 2015. Falta de pessoal disponível é uma das principais dificuldades apontadas pelos gestores ouvidos pelo JORNAL DE LEIRIA

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Raquel de Sousa Silva

Mais de 200 empresas, 84 mil trabalhadores e uma facturação de 1175 milhões de euros em 2016. Estes são alguns dos números que traduzem a dimensão do sector do trabalho temporário em Portugal, cuja actividade tem vindo a crescer, devido a um “contexto macro-económico favorável, marcado pelo aumento da actividade empresarial e pela queda do desemprego”, revela um estudo da Informa D&B.

Este crescimento “prolonga a tendência crescente registada nos dois anos anteriores, com taxas de 14,5% e 8,5%, o que permitiu que o valor do mercado se incrementasse em cerca de 300 milhões de euros entre 2013 e 2016”, adianta o estudo.

No ano passado eram 230 as empresas autorizadas a operar na área do trabalho temporário, número semelhante ao de 2015, e tinham ao serviço 84.089 pessoas em 2015 (neste número incluem-se os trabalhadores que cedem aos seus clientes), o que traduz um incremento de 11,6% face ao exercício precedente, no qual o número de empregados era de 75.354.

A Adecco Portugal, com escritório em Leiria, é uma das empresas a operar neste sector. Ricardo Gameiro confirma que a actividade da empresa está a crescer, explicando que “o trabalho temporário é um barómetro da economia: quando existe um aceleramento da mesma somos dos primeiros a sentir esses efeitos”. Sem revelar o valor da facturação no ano passado, o responsável diz que a previsão é de um crescimento de 30% este ano.

A indústria transformadora é a que mais solicita trabalhadores temporários. Mas, aponta Ricardo Gameiro, “nem sempre é fácil” ter pessoas para responder à procura. “Na região temos uma taxa de desemprego real baixa, neste momento temos de 'procurar' mais os candidatos do que no passado”, diz, adiantando que a “falta de candidatos válidos” e o pouco tempo que normalmente a empresa tem para encontrar a pessoa certa são os principais constrangimentos.

O mesmo refere Maria João Sebastião, da Kelly Services. “Ter candidatos que se enquadrem com o que é a exigência dos dias de hoje é cada vez mais difícil, atendendo à enorme procura que existe”. A responsável pelo escritório de Leiria diz que a indústria transformadora é a que mais procura pessoal, sejam perfis mais indiferenciados ou mais técnicos. Também esta profissional revela que a actividade da Kelly está a crescer, “em específico no nosso distrito”, onde “existe muito investimento e muitas necessidades, quer de perfis em trabalho temporário quer em recrutamento directo”.

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