Economia

Empresários de moldes confiantes num futuro de “novas armadilhas”

6 out 2017 00:00

Desafios. O futuro das indústrias de moldes e plásticos esteve em debate em mais um jantar-tertúlia promovido pelo Jornal de Leiria, no âmbito da publicação da sua revista Moldes&Plásticos.

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Lurdes Trindade

Conscientes dos grandes desafios que aí vêm e até de algumas “novas armadilhas” que serão colocadas às indústrias de moldes e de plásticos, empresários, dirigentes associativos e responsáveis por centros de saber demonstraram que estão preocupados e atentos, mas não estão pessimistas.

A confiança no futuro é um denominador comum. Tal como se adaptaram às mudanças que se impuseram no passado, estão preparados para enfrentar as novas provações. “É preciso valorizar o conhecimento interno e disseminá-lo, inovar, integrar capacidades e optimizar processos, mas com pessoas mais qualificadas”, revela João Faustino, presidente da Cefamol, apelando a uma maior união entre os empresários.

A falta de pessoas qualificadas é, na opinião de Nuno Silva, um dos grandes vectores do desenvolvimento global e que irá condicionar o futuro das indústrias de moldes e de plásticos. Juntam-se a crescente automação dos processos produtivos, associada à digitalização da indústria, ao aumento dos clientes globais e de soluções chave-na-mão, e à oferta de soluções multidisciplinares.

O presidente do Centimfe aponta ainda como factores de desenvolvimento a contínua redução da distância aos mercados, as soluções inteligentes, com incorporação de materiais sofisticados, o mercado digital e incremento da formação à distância, assim como o crescimento do automóvel eléctrico e autónomo, a velocidade de comunicação, da segurança informática ou da privacidade dos dados.

Estão as nossas empresas preparadas para estes desafios? Na sua opinião, o tecido empresarial “reforçou muito a sua competitividade, principalmente a montante da sua cadeia de valor, baseada no conhecimento dos processos de concepção e industrialização eficientes dos produtos”.

Em perspectiva estão, também, “novos modelos evoluídos de negócio e de colaboração para o desenvolvimento industrial dos produtos do futuro”, permitindo “o alargamento da cadeia de oferta e de valor, em torno de novas tecnologias”, muitas já a funcionar na região, como os high performance computing (supercomputação), digital twin, utilização distribuída de software e big data ou o fabrico aditivo.

Também a jusante do processo produtivo, as empresas do cluster Engineering & Tooling “já procuram oferecer soluções finais, integrando o processamento e a monitorização de soluções sofisticadas, eco-eficientes, num quadro de sustentabilidade, nomeadamente ao nível da economia circular”, revela.

Durante o jantar-tertúlia promovido pelo JORNAL DE LEIRIA no âmbito do lançamento da sua revista Moldes&Plásticos, o sector automóvel esteve muito presente, com João Faustino a reafirmar que o facto de a indústria de moldes estar muito dependente daquele sector continua a ser uma das “grandes ameaças”.

Para José Couto, presidente da Mobinov - Associação do Cluster Automóvel, o futuro do automóvel perspectiva-se segundo um novo paradigma em que “os veículos eléctricos se impõem como segmento da sustentabilidade”, em resultado da pressão social, em que “surgirão os veículos autónomos, com mais organização e gestão de tráfego” e em que “os veículos partilhados” serão uma realidade.

Com estes novos desafios, prevê-se “a diminuição do número de veículos em circulação e a mudança do conceito de propriedade será substituído pelo de mobilidade”, explica Jos&eacut

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