Opinião

Empatia

26 out 2017 00:00

Olhamos em frente demasiado focados na nossa ideia de bem e de mal para conseguirmos ver alguma coisa.

Às vezes, quanto maior é o mundo a que podemos em qualquer momento aceder mais parece encolher o mundo que arrumamos dentro da cabeça e nos circunscreve as opiniões a defender ao transe, as emoções a ferver num lume muito vivo, e os desejos de justiça, de vingança, e de vencer, como se fossem os últimos.

Olhamos em frente demasiado focados na nossa ideia de bem e de mal para conseguirmos ver alguma coisa, o certo e o errado são da cor que nós usamos e de mais nenhuma, e explicamos com uma definitiva certeza como foi, como deverá ser, ou como deveria ter sido feito.

Colectamos indícios e opiniões, seleccionamos visões a condizer, congregamos factos que nos sirvam de arrimo e, seguríssimos, quais Quixotes sem Sancho Pança, agarramos moinhos pelos colarinhos, retalhamos-lhes as velas, esgrimimos contra o vento, e vamos ladrando à Lua para que não deixem de nos ouvir. Pouco importa a Dulcineia, o que importa é o ferro e o fogo de cada batalha, a ser ganha ao transe, porque ganhar é bom e faz-nos muito bem ter razão. Do outro, de quem inevitavelmente tratam essas batalhas, nem vê-lo.

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