Saúde

Concentração à porta do centro de saúde de Castanheira de Pera a exigir médico de família

2 fev 2016 00:00

Utentes querem falar com responsável pelo ACES do Pinhal Interior para exigir uma solução para o problema que se arrasta desde o Verão

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Cerca de 60 utentes estão concentrados à porta do centro de Saúde de Castanheira de Pera a exigir mais um médico de família.

Segundo contou ao JORNAL DE LEIRIA José Bento, utente e um dos promotores de um abaixo-assinado, cerca de 60 pessoas concentraram-se esta manhã com o objectivo de conversarem com o responsável pela Direcção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Interior Norte, que está reunido com a direcção e corpo clínico do centro de saúde de Castanheira de Pera.

 “Várias pessoas têm tentado obter uma consulta e não conseguem. Queremos falar com ele [director do ACES] para ouvir qual é a solução. Têm de nos arranjar um médico: ou a tempo inteiro ou mais outro que venha fazer mais horas. Assim, é que isto não pode continuar”, disse José Bento. 

Este utente garante que a população “não vai ficar parada” e irá continuar a lutar até “resolverem esta situação”, pois “as pessoas precisam das consultas”. 

“Há pessoas com doenças crónicas e a precisar de medicamentos”, reforçou. 

Há cerca de duas semanas, um abaixo-assinado com 1.479 assinaturas foi enviado a vários organismos públicos no sentido de exigir um médico em permanência para o Centro de Saúde de Castanheira de Pera. 

Filipe Lopo, um dos promotores da petição, explicou, na altura, que cerca de três mil pessoas estão sem médico no centro de saúde desde Junho de 2015. "Houve um médico que entrou de baixa e ninguém o substituiu. A outra médica pediu rescisão de contrato com o centro de saúde, deixando Castanheira de Pera sem auxílio na saúde".

Segundo Filipe Lopo, após diligências da autarquia deste concelho do norte de distrito, que tem pouco mais de três mil habitantes, foi colocado um clínico "20 horas por semana".

"Não vem atender os três mil utentes, mas apenas um dos ficheiros. De vez em quando aparece um médico para colmatar as falhas. Há pessoas que vão às 4 horas para a porta do centro de saúde para conseguir consulta e nem sempre o conseguem", acrescentou.

Há também "pessoas com exames médicos feitos à espera de saber os resultados, desde o Verão de 2015".

"Queremos um médico que faça as sete horas diárias. Houve uma proposta para o médico actual ficar mais tempo, sendo as horas extraordinárias pagas pelo município, mas o médico disse que não tinha agenda", lamentou Filipe Lopo. 

Já no início deste ano, a Câmara de Castanheira de Pera aprovou por unanimidade uma moção que exige um médico permanente no centro de saúde do concelho, garantindo-se assim o acesso da população aos cuidados de saúde.