Saúde

Centro Hospitalar de Leiria vai ter Unidade de Hospitalização Domiciliária

8 out 2018 00:00

Desta forma, serão evitadas estadas desnecessárias nos serviços de internamento dos hospitais por razões alheias ao seu estado de saúde.

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O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) vai criar uma Unidade de Hospitalização Domiciliária (UHD), um serviço que permite potenciar o retorno dos doentes ao seu ambiente familiar e reduzir os riscos do internamento convencional.

Desta forma, serão evitadas estadas desnecessárias nos serviços de internamento dos hospitais por razões alheias ao seu estado de saúde.

A Unidade, que deverá estar a funcionar no primeiro semestre de 2019, representa uma alternativa ao internamento convencional na fase aguda da doença, sempre de acordo com a vontade do utente e da sua família, e em situações menos graves em que, ainda assim, é necessário internamento, sob permanente vigilância de uma equipa hospitalar multidisciplinar, explica o CHL numa nota de imprensa.

“A nossa missão é, e sempre foi, garantir os melhores cuidados aos nossos utentes, dentro e fora de portas, e a criação da Unidade de Hospitalização Domiciliária é um projecto que temos preparado há dois anos”, revela Alexandra Borges, vogal executiva do CA do CHL, citada no comunicado.

Garantindo que o CHL não desistiu deste projecto, Alexandra Borges, considera que esta oportunidade irá “beneficiar muito” os utentes, uma vez que este serviço permitir-lhes-á a” mesma qualidade e o mesmo rigor dos cuidados, na sua própria casa, junto da sua família”.

Os doentes terão de cumprir um conjunto de critérios clínicos, sociais e geográficos que permitem a sua hospitalização no domicílio, sob a responsabilidade dos profissionais de saúde da UHD, e com acesso aos medicamentos exatamente como se estivessem internados no hospital, com total igualdade nos direitos e deveres dos doentes internados no hospital ou no domicílio, informa o hospital.

“Estamos a criar um ‘Hospital sem Muros’, em que os utentes são acompanhados como se estivessem num serviço hospitalar, mas com uma envolvente psicológica que é mais favorável ao seu tratamento, com a presença da família e num ambiente que lhe é próximo”, sublinha Alexandra Borges, referindo ainda as vantagens para a recuperação, já que “o doente estará mais disponível para aceitar o tratamento e cumpri-lo rigorosamente como é necessário que aconteça”.

A UHD funcionará todos os dias do ano, 24 horas por dia, com uma equipa multidisciplinar e em que uma visão holística do doente será o caminho a seguir.

“Será, à partida, composta por médico, enfermeiro, assistente técnico, assistente social, e, em caso de necessidade, integrando outros profissionais como fisioterapeuta, psicólogo, nutricionista, entre outros.”

Este sistema, adianta o CHL, é focado no doente e na sua família, enquanto cuidadores, e depende, naturalmente, do seu consentimento.

Garantindo um cuidado rigoroso e próximo, à semelhança do que acontece no internamento hospitalar, este internamento domiciliário proporciona uma maior humanização e valorização da componente familiar e, por conseguinte, um maior conforto físico e psicológico e a melhor aceitação do tratamento por parte do doente.

A opção pelo internamento domiciliário será decidida “caso a caso de acordo com o diagnóstico, a estabilidade da situação clínica e a capacidade de controlo da situação e potenciais complicações no domicílio”.

Este projecto integrará igualmente a cooperação com outros recursos do SNS, nomeadamente os cuidados primários, comunitários e continuados, onde os utentes poderão continuar a ser seguidos.