Sociedade

Catarina Mamede: “Ser dirigente numa associação cultural é uma prova de optimismo e de amor”

21 nov 2016 00:00

Filmes, animais, comida vegetariana e a vida na ecO, na Impressão Digital desta semana.

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Do Cinema Paraíso para o Cinema Vadio: é uma vida cheia de filmes?
Sim, filmes de amor, de suspense e até de ficção científica. Até agora nenhum de terror e a maioria com um final feliz.

É daquelas pessoas que não perde a madrugada dos Óscares?
Nunca. Há anos que eu e o Nuno Sarnadas nos juntamos. Encontramo-nos depois de jantar, preparamos as pipocas e depois é até às 5 da manhã a comentar que nem "Tendinhas".

Passar férias numa comédia romântica ou num argumento do Tarantino?
Numas férias de 15 dias: os primeiros 5 dias num argumento do Tarantino, outros 5 num do Mallick e os 5 dias finais num do Wes Anderson. As comédias românticas são demasiado aborrecidas até para passar férias.

E para rodar uma história em Leiria, escolhia que realizador?
O Sergio Leone. Leiria às vezes parece o faroeste: duelos, malta a disparar tiros para o ar (e às vezes para os pés). Aquele final de "O Bom, o Mau e o Vilão"...

Complete esta cena: uma sala de refeições, a Catarina Mamede e uma posta à mirandesa.
O senhor que serve às mesas enganou-se. A posta à mirandesa era para a mesa ao lado. Confusão resolvida, o senhor traz o pedido da Catarina: uma paella vegetariana e uma imperial bem fresca.

Comer plantas carnívoras conta como prato vegetariano?
Não deixam de ser plantas só porque comem insectos. Por isso, acho que sim.
 
Quando está a cozinhar para outras pessoas, os animais também ficam à porta?
Se estiverem vivos, são muito bem vindos. Para cozinhar, é sempre sem carne e sem peixe.
 
Cozinhar é: a) um sacrifício b) um acto de liberdade c) um modo de vida d) outro.... E porquê?
É um acto de liberdade. É a minha terapia. Quando estou a cozinhar não penso em mais nada.

O que não se desculpa a um filho: más notas na escola, cantar as músicas do Agir ou torcer pelo toureiro?
Tudo se perdoa a um filho. Quase todos tivemos alturas em que tivemos más notas. As músicas do Agir não me preocupam. Hoje o Agir, amanhã os Spiritualized, é só preciso amadurecer o ouvido e a personalidade. Torcer pelo toureiro é que seria mais complexo. Se isso acontecesse, não me desculparia. Aí teria sido eu, como mãe e educadora, a falhar em alguma coisa. 

Pelos direitos dos animais, é uma activista do Facebook ou sai do sofá para sujar as mãos?
Tento fazer o melhor que sei e consigo fora do sofá. Fui voluntária em associações de animais e ajudo as associações locais. Tenho muitas aventuras de "sujar as mãos" para contar.

Preferia um impeachment contra o senhor Trump ou o próximo episódio do Star Wars a estrear no Teatro José Lúcio da Silva?
Um impeachment contra o Trump! Quanto menos preconceito, ódio, xenofobia e má educação houver no mundo, mais esperança existe. Caminhamos de forma muito rápida para algo muito feio e isso assusta-me mais do que não poder assistir à estreia do Star Wars no TJLS.
 
Ser voluntária e dirigente numa associação cultural também é uma prova de teimosia?
Diria que é uma prova de optimismo e de amor. Há momentos difíceis, em que apetece desistir, mas depois vem o optimismo e não deixa. A ecO é um pequeno grupo de amigos que tem feito coisas incríveis. Ver os projectos nascer e crescer dá imenso prazer e enquanto assim for, há que continuar a fazer as coisas com amor.

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