Sociedade

Berlengas: um santuário para aves de toda a Europa

19 ago 2016 00:00

Para a maioria das espécies-alvo sinalizadas nas Berlengas pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, as oportunidades de observação concentram-se nos meses de Agosto, Setembro e Outubro.

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No ano passado, em três meses, os voluntários do projecto internacional Seabird Count avistaram 300 mil aves a viajar no corredor marítimo entre a península de Peniche e o arquipélago das Berlengas. De 84 espécies diferentes, a maioria gansos-patolas, rumam do Norte da Europa, com destino ao calor do hemisfério Sul, e quando transitam na costa portuguesa têm de contornar o Cabo Carvoeiro, o que facilita a observação a partir de terra, se as condições de vento o permitem.

Para a maioria das espécies-alvo sinalizadas nas Berlengas pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), as oportunidades de observação concentram-se nos meses de Agosto, Setembro e Outubro. É o caso da cagarra, da pardela-de-barrete, da pardela-balear, do roque-de-castro, do casquilho, da galheta, do alcaide e do estorninho-preto.

Pelo menos duas empresas organizam passeios turísticos nas Berlengas que também contemplam a observação de aves: a Berlengoest (www.berlengoest.com) e a Birds & Nature Tours (www.birds.pt). Se prefere avançar por sua conta e risco, há transportes regulares deste o porto de Peniche durante todo o período de Verão (45 minutos de viagem).

No ramo da ornitologia, a importância das Berlengas está sobretudo relacionada com o facto de ali se formar a única colónia de roquinho na Europa continental. E as únicas colónias de aves marinhas pelágicas ao largo de Portugal continental. Pelágicas o quê? Pergunta muito bem: são aves que passam a maior parte do ano em mar aberto. O arquipélago constitui o limite Sul da distribuição da população nidificante do airo e o limite Norte para a reprodução da cagarra, espécie famosa pelo love affair com o antigo Presidente da República, Cavaco Silva, durante uma visita oficial à Selvagem Pequena, na Madeira.

De acordo com a SPEA, cinco espécies de aves marinhas criam nas Berlengas: a cagarra, o roque-de-castro (unicamente nos Farilhões), a galheta, a gaivota-de-patas-amarelas e a gaivota-d'asa-escura. O airo, que até é o símbolo da reserva natural, encontra-se virtualmente extinto como nidificante.

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