Economia

Automóvel: motores híbridos e a gasolina destronam diesel

1 fev 2018 00:00

O mercado automóvel está em mudança. Depois de décadas de “dieselmania”, a procura vai agora para os veículos a gasolina, híbridos e eléctricos

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Raquel de Sousa Silva

O mercado automóvel voltou a crescer no ano passado, com as vendas de veículos novos a subirem quase 8%. Mas se há uns anos os carros a diesel lideravam, hoje os clientes procuram principalmente motores a gasolina, híbridos e eléctricos. Maiores restrições à circulação de veículos a gasóleo e aumento do preço deste combustível estão entre os motivos que contribuem para a mudança.

Só em 2009 a Porsche passou a ter veículos com motores diesel, para “acompanhar a tendência do mercado”. Uma aposta que se revelou “importante” em termos de vendas, nomeadamente em Portugal. Pedro Rodrigues, gerente do Centro Porsche Leiria, reconhece que no nosso País se viveu durante anos aquilo a que chama “dieselmania”.

Tendência que já está a mudar e que se sente tanto do lado dos clientes, que procuram cada vez mais os híbridos, como do lado da marca, que está a ajustar a oferta.

O Panamera, por exemplo, “deixou de ter motores diesel”, aponta. No ano passado, perto de 95% das vendas deste modelo foram da versão híbrida. “Nos últimos anos as coisas mudaram radicalmente. Neste momento, o grosso das vendas da marca são os híbridos. O cliente, muitíssimo mais informado, vem à procura desta motorização”, afirma o responsável.

Para Pedro Rodrigues, o facto de cada vez mais países estarem a adoptar restrições às circulação de veículos a diesel nas suas principais cidades e a diminuição da diferença de preços entre o gasóleo e a gasolina são dois dos motivos que contribuem para a perda de terreno dos carros a gasóleo.

Há ainda o aspecto cultural. “A aceitação social de um carro híbrido é muitíssimo maior. As pessoas começam a ter essa sensibilidade, em particular no segmentos em que nos posicionamos”.

Quanto ao carro do futuro, o gerente do Centro Porsche Leiria aponta três ideias-chave: eléctrico, conectado e autónomo. Até 2025, a marca alemã tenciona que 50% dos seus veículos sejam electrificados. A crescente digitalização e a forma como as novas gerações vêem o automóvel e o uso que dele deve ser feito também já estão a ter impactos, que deverão intensificar-se, considera.

Estas três ideias-chave são referidas igualmente por Nuno Roldão, administrador da Lubrigaz, concessionária das marcas Volkswagen, Audi e Skoda. A primeira já tem disponíveis veículos eléctricos (e-Golf e e-Up) e vai reforçar a oferta com novos modelos; a segunda tem híbridos plug in (A3 e-tron e Q7 e-tron) e vai igualmente lançar novos modelos eléctricos; e a Skoda vai lançar nos próximos cinco anos um modelo eléctrico.

Para já, assiste-se a uma “desaceleração do mercado de carros a diesel e a uma aceleração dos carros a gasolina”. Tendência que vai continuar, “devido às restrições ambientais” e ao facto de os carros a gasolina terem um preço cada vez mais competitivo.

Quanto aos híbridos e aos eléctricos, “a procura tem crescido”, até porque os benefícios fiscais de que os clientes podem usufruir “são uma vantagem”, diz Nuno Roldão.

Também José Vilarinho fala em “dieselmania” para referir a “grande aposta” que nos últimos anos ia para os carros a gasóleo. “Antigamente as pessoas queriam um carro a diesel porque sim, mesmo que em termos dos quilómetros a fazer não se justificasse”.

Neste momento a oferta e a procura deste produto estão em sentido “descendente”, enquanto as motorizações a gasolina têm evoluído. O gerente da Auto-Industrial, concessionária da Opel, aponta o exemplo do SUV Crossland, disponível a diesel e a gasolina, sendo que esta motorização representa 60% das vendas deste modelo.

Diz igualmente que o mercado está a caminhar para uma oferta cada vez maior de veículos híbridos e eléctricos. Também esta marca, que já tem um modelo eléctrico (Ampera) tenderá a alargar a aposta nesta alternativa. Para já, o preço dos carros eléctricos é ainda uma condicionante à sua aquisição, r

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