Sociedade

Atenção: Baleia Azul não é um jogo e o game over pode pôr fim à vida

5 mai 2017 00:00

Os pais estão assustados. A polícia está atenta e os jovens mais vulneráveis estão em risco. O desafio Baleia Azul está a levar adolescentes em todo o mundo ao suicídio.

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O número de desafios lançados na internet tem vindo a surgir quase à velocidade de um clique. Os mais atentos devem recordar-se de vídeos com jovens a beberem meio litro de bebidas alcoólicas de uma só vez, a fazerem-se desmaiar, pedindo a um amigo que lhe pressione o peito ou o pescoço ou a saltarem de uma varanda para a piscina. Qualquer um destes desafios coloca a vida em risco, mas não obstante consegue sempre milhares de seguidores em todo o mundo.

O mais recente é o chamado jogo da Baleia Azul, que de jogo só tem o nome, pois o objectivo final termina com o suicídio, depois de serem cumpridos 50 desafios. Os alvos são adolescentes, que são contactados através das redes sociais. No decorrer do jogo, os "curadores" enviam 50 ordens. O seu cumprimento tem de ser comprovado através do envio de vídeo ou fotografias para o “curador”.

Os desafios começam com coisas mais simples como ouvir músicas psicadélicas e ver filmes de terror. À medida que o nível vai subindo, as ordens tornam-se mais perigosas, com actos de auto-mutilação ou subir para o telhado de um edifício e debruçar-se. O último nível é o suicídio. Quem tenta abandonar o desafio recebe ameaças de morte dirigidas aos seus familiares.

Segundo o Diário de Notícias, o mentor deste jogos será Filipp Budeykin, um jovem russo de 21 anos, que aguarda julgamento num hospital psiquiátrico. Na semana passada, dois jovens portugueses estiveram em risco de morrer, depois de cumprirem uma ordem do “curador”.

Uma jovem atirou-se de um viaduto para a linha férrea e um rapaz desenhou uma baleia no braço com um objecto cortante. Confrontados com as notícias, o alarme soou junto de muitos pais, que se mostram preocupados, sobretudo, com jovens “mais vulneráveis”.

Marisa Pires ficou surpreendida ao saber que o filho de 11 anos já tinha conhecimento do desafio através de conversas com colegas na escola. “Fiquei preocupada, não tanto por ele, porque acredito que é um menino bem estruturado, mas porque me disse que há crianças na escola dele que já terão experimentado.”

Aproveitando que o assunto está na ordem do dia, esta mãe voltou a discutir os perigos da internet com o filho, porque “existem muitas ameaças”. Marisa Pires salienta que “assusta saber que há crianças que estão fragilizadas e estão a enfrentar uma adaptação difícil a uma escola e a um ciclo novo e podem entrar neste jogo”.

A Baleia Azul assustou também esta mãe pela forma “silenciosa” como sucede. “Há ordens para serem cumpridas durante a noite e os jovens estão no telemóvel ou no computador a falar com o tal “curador” e os pais nem se apercebem.”

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