Economia

"Assimetrias e desigualdades sociais continuam a acentuar-se"

24 fev 2017 00:00

Elísio Estanque, no seminário da Autoridade para as Condições do Trabalho.

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São muitos os desafios que, actualmente, os trabalhadores enfrentam no mercado de trabalho. Para Elísio Estanque, professor universitário, "as assimetrias e as desigualdades sociais continuam a acentuar-se, ao mesmo tempo que a  concentração  de  riqueza  tem sido cada vez maior. Portugal está entre os países onde se praticam salários mais baixos."

Apesar do aumento do número de jovens  qualificados, existem cada vez mais empregos precários: "os jovens já encararam a situação como normal, por mais precárias que sejam as condições", sublinhou o sociólogo, acrescentando ainda que é importante que não haja recuos nos avanços que a democracia conquistou  ao  longo  destes  anos, nomeadamente neste campo.

"É necessário procurar recuperar o papel da  contratação  colectiva, pois o trabalhador sozinho não se consegue desenvolver",  referiu o orador no seminário  alusivo  ao centenário  da  Inspecção do Trabalho em Portugal, na passada sexta-feira, dia 17, em Leiria.

No campo da tecnologia, Elísio Estanque considerou que estimular a inovação é "prioritário". "O facto de se defender os direitos do trabalhador não é incompatível com o reconhecimento de que é prioritária a inovação tecnológica".  

Relativamente  aos  sindicatos,  o professor universitário referiu que o campo  sindical  tem  um  papel  extremamente  importante  a  desempenhar  -  "os  cidadãos  informados exigem defesa de princípios éticos no funcionamento das instituições."

"A  luta  no  campo  do  trabalho continua a ser fundamental, ainda que  muitos  entendam  que  a  submissão é natural", adiantou. "Mais tarde ou mais cedo, a democracia poderá estar em risco."

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