Viver

A arte à procura de Deus no silêncio das Capelas Imperfeitas

30 set 2016 00:00

O actor Luís Miguel Cintra encabeça um novo programa de leituras encenadas no Mosteiro da Batalha.

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Música, teatro, dança e artes performativas, exposições, conferências, cursos, visitas orientadas – de todos estes elementos se constrói a agenda do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha, que além de Património da Humanidade vai sendo também uma casa de cultura e ciência.

O novo programa proposto pela direcção do monumento passa por leituras encenadas dos grandes textos da espiritualidade cristã e tem no actor e encenador Luís Miguel Cintra o nome mais sonante, em cinco sessões que decorrem até 22 de Outubro, sempre às 21 horas.

Cintra, João Lázaro, Pedro Oliveira, Frédéric da Cruz Pires e Tobias Monteiro são os actores e encenadores convidados, enquanto a escolha dos textos reside com D. António Marto, José Tolentino Mendonça, Joaquim Carreira das Neves, António Marujo e Joaquim Ruivo. 

No cenário místico das Capelas Imperfeitas, há assim uma espécie de busca do invisível, do sentido de Deus no contexto contemporâneo. "Numa sociedade que vive muito da imagem, senti que é necessário dar voz ao silêncio das palavras", explica o director do Mosteiro da Batalha, Joaquim Ruivo.

O monumento mandado edificar como agradecimento à Virgem Maria pela vitória das tropas portuguesas na batalha de Aljubarrota foi convento dominicano até 1834, lugar de culto e oração desde as primeiras obras no século XIV, e, ao longo dos tempos, destino de peregrinação e de estudo teológico.

Para Luís Miguel Cintra, trata-se da oportunidade de "permitir que a imaginação se apodere do que ficou de outros tempos mas existe na nossa realidade". O fundador do Teatro da Cornucópia e actual director da companhia vai interpretar textos do livro de Eclesiastes, uma escolha do padre, teólogo e investigador José Tolentino Mendonça.

A versão de Damião de Góis, descoberta em 2002 em Itália pelo autor inglês T. F. Earle, mas impressa em Veneza no ano de 1538, é a única tradução da Bíblia para português durante as épocas do Humanismo e da Contra-Reforma.

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