Opinião

A arte da comoção

16 nov 2018 00:00

Há na arte um eco que emerge no labor do desconhecido.

A consciência é a capacidade que qualquer indivíduo tem de contemplar tudo o que atravessa o seu íntimo, presenciando ao movimento da própria existência, no acto liberto que é consentido à reverberação de ser espectador de si mesmo.

Há na arte um eco que emerge no labor do desconhecido. O artífice das expressões (literatura, pintura, teatro, música, dança, cinema, fotografia, entre outras dinâmicas da criação que integram o ecletismo e a dimensão sincrética), prossegue na sua voracidade imaginativa de forma incessante.

E o artista emerge no seu âmago por intermédio das dúvidas, angústias, exaltações ou desilusões, actuando com recurso à invenção e à (re)descoberta, o que determina a autoavaliação e os múltiplos retoques que acompanham o seu adorno livre, até alcançar algo que pode designar-se de libertação criativa, convocando-se a si mesmo para uma emoção estética mais do que original.

A arte tem uma função implícita: desde os primórdios da humanidade destina-se a comunicar algo indizível, pertencente às várias formas da percepção sensível e que gradualmente se articulam com um estado de espiritualidade ou de (re)elaboração do próprio (e posteriormente dos outros), essa entidade abstracta chamada observador, público, leitor, espectador.

O poeta Ezra Pound lega-nos o aforismo de que “a função da arte é nutrir de impulsos”, uma dimensão enlevada que contém sempre uma zona de mistério, para além de qualquer argumentação discursiva.

O contacto com a vastidão artística será sempre uma existência que se vivencia de forma peculiar, dotada de uma autonomia exclusiva que não deve ser confundida com um limbo místico situado fora do mundo.

Esta entidade expressiva, por ignorada que possa ser, passou à categoria de facto e movimento interior, transformando o pensamento, evocando os sentidos e as dimensões reflexivas, o que nem sempre o acto concreto e factual viabiliza.

Uma vez tendo ocorrido, mesmo nas

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